A perseverança de Kiryienka compensou

Nelson Oliveira foi 13.º no contra-relógio do Mundial de Ciclismo.

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Kiryienka foi o mais rápido em todos os pontos cronometrados AFP
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O sucesso do corredor da Sky tem tanto de persistente como de consistente. A sua estreia nesta especialidade nos Mundiais de Estrada aconteceu em 2005 e desde então só falhou a presença em 2010. Em 2012, assegurou a medalha de bronze e não mais saiu do top 4. Nos dois anos seguintes, terminou na 4.ª posição para agora subir ao lugar mais alto do pódio, garantindo a camisola arco-íris.

Kiryienka cumpriu os 53,5 quilómetros do percurso em 1h02m29s, a uma média de 51,368 km/h, para se tornar o segundo mais velho a ganhar a medalha de ouro. O bielorrusso sucedeu no palmarés a Bradley Wiggins, que tinha mais alguns meses do que Kiryienka quando ganhou há um ano.

Concentrado no ciclismo de pista, o britânico não compareceu ao Mundial de Richmond. Outra baixa de vulto foi a do recordista de triunfos Fabian Cancellara, lesionado. Apesar da ausência destes dois nomes, não havia falta de grandes especialistas à partida, mas Kiryienka, que nesta época venceu também o contra-relógio dos Jogos Europeus, da Volta a Itália e do seu campeonato nacional, foi o único dos favoritos que terminou no pódio.

O grande derrotado foi Tony Martin. O alemão não conseguiu igualar as quatro vitórias de Cancellara e foi apenas 7.º (a 1m16s), terminando uma série de seis presenças seguidas no pódio. Terceiro há um ano, o holandês Tom Dumoulin, a grande surpresa da Volta a Espanha, desceu para 5.º (a 1m01s), enquanto o australiano Rohan Dennis, atrasado por uma avaria, foi 6.º (a 1m07s).

O campeão italiano Adriano Malori, com uma grande performance, falhou por muito pouco a sexta vitória do ano num contra-relógio e imitou a prata do compatriota Andrea Chiurato em 1994. O transalpino subiu sempre na hierarquia: 24.º em 2011, depois 10.º, 8.º, 6.º e agora 2.º. Mais surpreendente foi o terceiro lugar de Jérôme Coppel. O campeão francês ofereceu ao seu país a primeira medalha na especialidade desde o êxito de Laurent Jalabert em 1997.

Quanto a Nelson Oliveira, ficou longe do objectivo de fazer melhor do que o sétimo posto conseguido há um ano, acabando por concluir a prova com mais 1m52s do que Kiryienka, no 13.º lugar.

"Tentei regular o esforço na primeira parte, pensando que poderia recuperar na fase final. Acabei por pagar o desgaste da Vuelta e não cumpri o objectivo. Estava muito vento e as subidas não eram suficientes para quebrar o ritmo aos roladores", disse Oliveira, citado pela Federação de Ciclismo.

CLASSIFICAÇÃO
1.º Vasil Kiryienka (Bielorrússia), 1h02m29s 
2.º Adriano Malori (Itália), a 9s
3.º Jérôme Coppel (França), a 26s
4.º Jonathan Castroviejo (Espanha), a 29s
5.º Tom Dumoulin (Holanda), a 1m01s
6.º Rohan Dennis (Austrália), a 1m07s
7.º Tony Martin (Alemanha), a 1m16s
8.º Maciej Bodnar (Polónia), a 1m17s
9.º Marcin Bialoblocki (Polónia), a 1m22s
10.º Moreno Moser (Itália), a 1m04s
11.º Jan Barta (República Checa), a 1m34s
12.º Taylor Phinney (EUA), a 1m36s
13.º Nelson Oliveira (Portugal), a 1m52s
14.º Stephen Cummings (Grã-Bretanha), a 1m58s
15.º Michael Hepburn (Austrália), a 1m59s

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