BP instala tecnologia para acabar com fugas sem pagamento nos seus postos

Projecto estava em testes desde o final do ano passado e vai agora ser instalado em toda a rede da petrolífera.

Foto
Tecnologia permite identificar infracções de forma automática Enric Vives-Rubio

A BP Portugal está a instalar nos seus postos de abastecimento um sistema de reconhecimento automático de matrículas para acabar com as fugas sem pagamento, desafiando os outros operadores a adoptarem a mesma tecnologia.

Implementada desde o final de 2014 em seis postos de abastecimentos da Grande Lisboa, a tecnologia foi validada e vai ser instalada em toda a rede da petrolífera em Portugal, começando pelos grandes centros urbanos, onde mais elevado o número de condutores que abastecem sem pagar.

Em declarações à Lusa, a directora de Marketing e Comunicação Externa da BP Portugal, Anabela Silva, adianta que "a tecnologia tem funcionado bem", permitindo "identificar infracções de forma automática que antes não podiam ser detectadas".

Quando um automóvel estaciona para abastecer, a tecnologia verifica se existe alguma irregularidade com aquela matrícula e emite um sinal ao operador de caixa: verde no caso de não haver infracções e um "STOP" se a matrícula já estiver registada no sistema por anteriormente o veículo ter abastecido sem que o condutor tivesse efectuado pagamento.

Nesse momento, o funcionário coloca a bomba em pré-pagamento e pede ao cliente para se dirigir à caixa de pagamento.

Abel Pina, director de programas operacionais da rede de retalho da BP Portugal, explica que "a partir do momento em que a matrícula está cadastrada, não consegue voltar a abastecer sem pagar antes", referindo que "o número de fugas será reduzido para o máximo de 1% das tentativas".

O responsável da BP destaca ainda que a implementação do sistema permitirá deixar de ter as bombas em pré-pagamento e assim melhorar o serviço ao cliente: "Os postos em pré-pagamento dificultam e demoram muito mais no tempo de cada transacção" e o novo sistema "permite reduzir substancialmente o tempo e proporcionar ao cliente uma experiência mais simples".

Ao mesmo tempo, admite, a divulgação da existência do sistema deverá ter um efeito dissuasor, levando a que o número de tentativas de fuga diminua drasticamente.

Anabela Silva destaca que a tecnologia "tem tanta mais optimização quanto maior for o número de empresas a partilhar. Quanto maior for a partilha, maior é a eficácia", referindo que "nos últimos quatro anos, o número de clientes que abastece nos postos da empresa e sai sem pagar aumentou 80%".

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) estimou que em todo o país 750 clientes fogem diariamente das bombas de gasolina sem pagar o combustível com que abasteceram as suas viaturas, causando um prejuízo mensal da ordem dos "225 mil euros".

A tecnologia de reconhecimento das matrículas, desenvolvida pelo Grupo de Investigação Aplicada em Tecnologias e Sistemas de Informação do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), recebeu luz verde da Autoridade Nacional da Protecção de Dados.

Sugerir correcção
Comentar