O sírio rasteirado na Hungria vai ser treinador de futebol em Espanha

Centro de formação de treinadores aceitou acolher Osama Abdul Mohsen que já viajou da Alemanha para Madrid.

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Osama com os dois filhos e Miguel Ángel Galán(camisa azul) e Mohamed Larouzi (camisola branca) JAVIER SORIANO/AFP

Osama Abdul Mohsen, o sírio que foi rasteirado por uma jornalista húngara quando fugia da polícia na Hungria, chegou esta quinta-feira a Espanha, onde foi convidado para trabalhar como treinador de futebol.

O vídeo que mostra o homem a fugir das forças policiais húngaras com o seu filho ao colo para depois ser rasteirado pela jornalista correu o mundo inteiro. A jornalista foi despedida e muitos foram aqueles que quiseram saber a história daquele pai, caído no chão desamparado. Os jornalistas que falaram com ele descobriram que na sua vida na Síria, antes de guerra, Osama era treinador de futebol. “É tudo aquilo que eu quero fazer”, disse.

O director do Centro Nacional de formação de treinadores de futebol em Getafe, nos arredores de Madrid, Miguel Ángel Galán, foi um dos que ouviu a história de Osama ser também ele um treinador.

“Nós somos um centro nacional de treinadores de futebol, por isso tivemos a ideia de ajudar um camarada treinador”, explicou Ángel Galán a uma rádio espanhola. “Como havia a barreira da língua, Mohamed Larouzi, um dos nossos alunos ofereceu-se para ajudar na tradução e ir à Alemanha buscar Osama”.

Em tempos de paz, na Síria, Osama Abdul Mohsen, treinava o clube Al-Fotuwa de Deir-ez-Zor, da primeira divisão. A cidade foi palco de uma intensa batalha entre os jihadistas do Estado Islâmico e as forças leais a Bashar al-Assad em Dezembro de 2014, depois de ter sido disputada durante meses por rebeldes e forças governamentais. Milhares de pessoas fugiram da cidade em ruínas ao longo dos últimos dois anos.

Chegado a Madrid com os dois filhos, Osama tinha à sua espera alojamento, alimentação, roupas. "E um trabalho de treinador que nós lhe vamos arranjar”, disse Miguel Ángel Galán. O director do centro disse querer acolher também “a mulher, a sua filha e o outro filho” de Osama, que actualmente estão na Turquia, e ajudar toda a família a obter asilo político em Espanha.

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