PSD quer que PGR investigue Associação de Turismo de Lisboa

Deputado municipal Victor Gonçalves fala em relações de “promiscuidade” com a câmara

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Bruno Lisita

O PSD quer que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), uma entidade que “é majestática” e “não presta contas a ninguém”, e as suas relações, de “promiscuidade”, com a Câmara de Lisboa.

O anúncio de que o partido vai recorrer à PGR foi feito esta terça-feira, na sessão da Assembleia Municipal de Lisboa em que se discutiu a constituição de um direito de superfície sobre o Pavilhão Carlos Lopes a favor da ATL. A proposta acabou por ser aprovada com os votos contra de praticamente toda a oposição: PSD (com a excepção do presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, que se absteve), PAN, MPT, CDS, PCP, PEV, BE opuseram-se à proposta, tendo o deputado Nunes da Silva, dos Cidadãos por Lisboa, assumido a mesma posição.

Lembrando que a ATL tem já sob sua gestão o Terreiro do Paço e a zona ribeirinha de Lisboa, o social-democrata Victor Gonçalves criticou “as sucessivas concessões atribuídas” a esta entidade, defendendo que ela não tem “capacidade” para acumular a gestão desse “império” com a actividade de promoção turística. Quanto àquilo que considerou serem relações de “promiscuidade” com a Câmara de Lisboa, o deputado lembrou que tanto o município como a direcção da ATL são presididas por Fernando Medina. “Pode parecer normal para toda a gente, mas para mim não é”, rematou.

Já Ana Páscoa, do PCP, acusou o executivo camarário de estar, no caso do Pavilhão Carlos Lopes, “a entregar o espaço de mão beijada a outros fins que não os de servir o desporto e a cultura”. A deputada criticou também os preços “claramente proibitivos” que a ATL se prepara para cobrar pela utilização do pavilhão, preços que em seu entender vão “deixar de fora a esmagadora maioria dos lisboetas”.

Já Luísa Aldim, do CDS, manifestou-se contra o facto de a concessão do espaço no Parque Eduardo VII não ter sido alvo de um concurso público, decisão que trouxe “opacidade” a este processo. Também Sobreda Antunes, do PEV, e José Casimiro, do PE, criticaram a proposta camarária, enquanto a independente Ana Gaspar saiu em sua defesa, sublinhando a urgência das obras de recuperação do pavilhão.  

Pelo executivo, o vereador Manuel Salgado rejeitou que a ATL seja uma instituição “opaca” e defendeu que as intervenções feitas por esta entidade no Terreiro do Paço “muito valorizaram a Baixa”.

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