Kwesi Nyantakyi quer resolver os problemas do futebol com sensualidade

O presidente da federação ganesa quer mulheres bonitas nas bancadas para atrair adeptos aos estádios no campeonato local.

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O presidente da federação ganesa quer mulheres sensuais no futebol Toru Hanai/Reuters

Os estádios podem não ser confortáveis, o futebol pode andar longe de ser brilhante mas, para o presidente da Federação ganesa de futebol (GFA), o principal problema do campeonato nacional, que explica a falta de adeptos nos estádios, é bem mais simples: não há mulheres sensuais nas bancadas. Kwesi Nyantakyi tem o diagnóstico bastante claro. “Tenho dito isto vezes sem conta... Temos de levar mulheres sensuais para os estádios, porque os homens segui-las-ão prontamente para os recintos e vamos ter maiores assistências”, apontou à rádio local Montie FM o líder do futebol ganês.

​Nyantakyi dirige a GFA desde Dezembro de 2005 e a sua ficha na Wikipédia identifica-o, com porventura demasiada honestidade (e pouca credibilidade), como “pugilista, advogado e ditador do futebol ganês”. Em Agosto foi reeleito para novo mandato e não tardou a desenvolver a sua mais recente ideia: “Lembro-me de um jogo para o qual levámos algumas raparigas bonitas, com umas calças boas, e enquanto elas passeavam pelo estádio havia histeria nas bancadas. Temos de tentar usar estes truques para aumentar as assistências nos estádios. A maioria dos homens, quando sabe que vão estar mulheres bonitas no estádio, vai lá de propósito para admirá-las.”

Este tipo de opinião aproxima Kwesi Nyantakyi das mais altas esferas do futebol mundial. Afinal, o próprio presidente (agora demissionário) da FIFA, Joseph Blatter, sugeriu que o futebol feminino podia tornar-se mais popular se as jogadoras usassem equipamentos diferentes: “Podiam usar roupas mais femininas, como acontece no voleibol. Por exemplo, calções mais justos. As jogadoras são bonitas, se permitem que o diga”. Não será por acaso que o nome do líder da Federação ganesa foi apontado como um bom candidato à sucessão de Blatter. “É competente, um dos melhores do nosso continente. Acredito que nos deixaria a todos orgulhosos como presidente da FIFA”, disse, no mês passado, o presidente da Federação liberiana, Musa Bility.

Kwesi Nyantakyi pode não ser consensual, mas a sua influência no futebol ganês é indiscutível. A selecção qualificou-se para o primeiro Mundial da sua história, o de 2006, já com ele na liderança da Federação, e repetiu a presença em 2010 e 2014. A ida ao Brasil acabou por não correr muito bem, dentro e fora das quatro linhas. A equipa foi eliminada na fase de grupos e foi denunciado publicamente o desvio das verbas destinadas à preparação. “Peço desculpa ao país, mas vamos esquecer o passado”, afirmaria Nyantakyi perante a comissão presidencial de inquérito ao caso.

* Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias de futebol e campeonatos periféricos

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