Fotografia

Os parques de diversões abandonados não são assim tão divertidos

Fotogaleria

Quando pensamos em parques de diversões, as primeiras imagens que surgem são de sítios cheios de crianças a sorrir, grupos de amigos a divertirem-se, adolescentes no primeiro encontro e até mesmo famílias numerosas. Pensamos em algodão doce, pipocas e maçãs caramelizadas, mas nem todos os parques de diversões são animados e bonitos. No Verão, estes locais enchem-se de multidões sorridentes, mas e nos meses mais frios do ano? A curiosidade de Stefano Cerio levou-o a fotografar o que acontece quando as portas dos parques de diversões chineses se fecham para o Inverno que se avizinha. Este ponto de partida resultou no livro “Chinese Fun”, composto por 54 fotografias de atracções paradas no tempo e espaços onde não encontramos multidões — o que é incomum na China. No início do segundo milénio, o rápido desenvolvimento do país asiático resultou num punhado de projectos por terminar: parques e outros tipos de propriedades ficaram incompletos e ao abandono, espaços que o fotógrafo italiano quis captar, mostrando a beleza no esquecimento e o lado sombrio da diversão. Stefano viajou pela China à procura de parques destruídos pelo fogo, inacabados ou que nunca foram restaurados. Outras propriedades foram também fotografadas, como um local abandonado onde permanece um piano branco, que já teve melhores dias, usado como adereço para uma encenada fotografia de casamento. “Não gosto da estética do abandono, gosto da ausência de pessoas”, afirmou o fotógrafo à CNN. Outros trabalhos do artista incluem mundos alternativos e cheios de contrastes, céus nocturnos, praias e cruzeiros de grandes dimensões. O fotógrafo confessou ao P3 que não gosta muito de falar do seu trabalho, mas nas palavras da fotógrafa Nadine Barth, o trabalho do artista está repleto de contradições — “o cheio e o vazio, a existência e o nada, o riso e a morte”.