Benfica mostrou que sabe fazer mais do que tinha vindo a mostrar

"Encarnados" derrotaram o Belenenses por 6-0, na Luz, no arranque da 4.ª jornada da Liga, com um "bis" de Jonas e outro de Mitroglou.

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Hugo Correira/Reuters

A mais convincente exibição do Benfica nesta temporada aconteceu nesta sexta-feira, no Estádio da Luz, frente a um Belenenses que devia ter equipado de azul bebé. Meia dúzia de golos, no arranque da 4.ª jornada, espelham a superioridade benfiquista, que deu ânimo aos menos crentes.

Adeptos do Benfica, esqueçam aquela equipa que entrava em campo, especialmente nos jogos em casa, dando a sensação de que lhe faltava o ar e o oxigénio estava todo concentrado junto da baliza adversária. Essa ideia de jogo esfumou-se na atmosfera da Luz. Nesta sexta-feira, o Benfica subiu ao relvado com uma botija de O2 às costas, preparado para a utilizar lentamente, sem pressa para encontrar o momento certo até chegar ao golo.

Perante um adversário passivo e inofensivo, ideal para uma equipa que precisa de ganhar confiança, o Benfica fez a sua melhor exibição da época, revelando melhorias em relação a jogos anteriores (a paragem da Liga foi mesmo benéfica, como confessou antes da partida o técnico Rui Vitória) e, quando o intervalo chegou, já tinha o jogo na mão.

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É tudo uma questão de estilo. Este Benfica não tem pressas. É capaz de ir trocando a bola de uma lateral para a outra, para a frente e para trás sem que nada aconteça e sem que, aparentemente, isso o preocupe ou enerve. Até que o adversário se desconcentra ou um lance resulta, e surge o golo.

A primeira parte do jogo foi disso um exemplo. No primeiro cruzamento, no primeiro remate, a equipa de Rui Vitória inaugurou o marcador. Mitroglou foi bem mais forte do que Tonel e marcou o primeiro da noite.

Depois, lentamente, sem euforias, o resultado foi-se avolumando, o Belenenses foi-se afundando e na segunda parte já quase só houve uma equipa em campo.

Das melhorias que o Benfica apresentou, destaque para um melhor posicionamento de Samaris e de Talisca (este último relegou Pizzi para o banco). Completaram-se na cobertura defensiva e complementaram-se na recuperação de bolas no meio-campo adversário. E este facto tornou a equipa mais equilibrada, embora seja bom não esquecer que a oposição foi, praticamente, nula.

Jonas, primeiro, Gonçalo Guedes (outra novidade do “onze” “encarnado”, por troca com Victor Andrade) em muitas ocasiões e Gaitán, quase sempre, foram os desequilibradores do futebol do Benfica, que teve o seu melhor período pouco depois do intervalo, nos dez minutos que lhe renderam a goleada farta.

A seguir, para a Liga dos Campeões, vem o Astana e depois, para o campeonato, o FC Porto, no Dragão. E nesta sexta-feira o Benfica teve o mérito de mostrar aos rivais que, afinal, é capaz de fazer mais do que tinha vindo a mostrar até aqui.

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