Costa - 2, Passos -1

O debate começou bem para Pedro Passos Coelho que apareceu algo descontraído. António Costa surgiu nervoso, mas com uma estratégia definida: jogar sempre ao ataque. À medida que a emissão foi progredindo, a sua crescente descontração ajudou-o a ir encostando o adversário à parede. E ganhou no fim.

Eis um debate histórico em que Passos e Costa revelaram uma profunda dificuldade em se adaptarem ao ritmo do formato escolhido. São políticos de outro tempo.

Não foi um debate muito esclarecedor. Nenhum dos intervenientes apresentou linhas programáticas consistentes nos temas propostos. Aliás, conseguiram driblar em permanência os entrevistadores para jogar os argumentos no terreno que fosse mais favorável.

Passos tentou como pôde agarrar-se a um passado recente que apresentou como um tempo salvífico para um futuro que promete ser menos austero. Sem conseguir fazer prova da sua tese.

Costa cerrou o seu discurso no ataque contínuo ao seu oponente. Muniu-se de material e preparou a lição em casa. Saiu-se bem, particularmente quando deixou o primeiro-ministro sem resposta perante a ineficácia do programa de regresso dos emigrantes.

E eis que, poucos dias antes do arranque oficial da campanha, Costa acordou e entrou, finalmente, no combate político. Passos terá percebido que a cartada José Sócrates é argumento esgotado, sendo urgente que abandone a postura defensiva se quer ser reconduzido. A partir de agora, não há mais tempo para indefinições.

 

 

 

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