Já estão em França os primeiros refugiados idos da Alemanha

Mil pessoas devem ser distribuídas por vários municípios até sexta-feira, para aliviar o país vizinho.

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Chegada dos refugiados a Champagne-sur-Seine PIERRE CONSTANT/AFP

Cansados, alguns fazendo o "V" de vitória, mais de meia centena de refugiados que a França foi buscar à Alemanha chegaram na manhã desta quarta-feira aos arredores de Paris. Foram os primeiros do conjunto de mil recém-entrados no país vizinho que o Governo francês se comprometeu a receber no curto prazo.

Provenientes de Munique, de onde saíram na noite anterior, 53 sírios e iraquianos, maioritariamente homens, mas também duas famílias e duas mulheres com crianças pequenas, foram acolhidos pela Cruz Vermelha em Champagne-sur-Seine, uma comunidade de 6600 habitantes, no Sudeste de Paris, segundo a AFP.

Serão alojados em instalações cedidas pelo município em “locais relativamente confortáveis, tendo em conta as dificuldades que encontraram", disse o presidente da Cruz Vermelha francesa, Jean-Jacques Eledjam. Mas depois irão para outros locais em França. Até sexta-feira, devem chegar mil pessoas a França, vindas da Alemanha, diz o “Le Monde”.

“No Iraque, a vida é perigosa. Queremos começar uma vida nova aqui”,explicou Osama, um engenheiro de 28 anos, vindo de Bagdad. “Quero ficar aqui e quero aprender francês”. Jean-Jacques Eledjam diz que a Cruz Vermelha os vai ajudar a obter estatuto de refugiado no prazo de “dois a quatro meses”.

Face ao afluxo de refugiados à Europa, o Presidente François Hollande anunciou na segunda-feira que a França está disponível para acolher mais 24.000 refugiados nos próximos dois anos. Acrescentou que, em nome do princípio da solidariedade, serão acolhidos "algumas centenas ou mil" dos recém-chegados à Alemanha.

Alguns presidentes de câmara franceses, no entanto, manifestaram-se disponíveis só para receber refugiados cristãos. “O direito de asilo é universal, não se fazem escolhas em função da religião”, admoestou-os o primeiro-ministro, Manuel Valls. Antes dele, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, tinha considerado “funesta” a distinção dos refugiados consoante a sua religião.     

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