Universidades e engenheiros satisfeitos com resultados do acesso ao superior

Mais de 87% dos que se candidataram conseguiram lugar. Ou seja, há, para já, 42.068 novos alunos no ensino superior. Prazo para quem quer tentar a 2.ª fase do concurso começa a contar nesta segunda-feira.

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Apresentação da candidatura à 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior pode ser feita até dia 18 Daniel Rocha

No dia em que milhares de candidatos ao ensino superior souberam se entraram ou não, o bastonário da Ordem dos Engenheiros foi um dos que reagiu aos resultados gerais divulgados na madrugada deste domingo. Houve mais gente a escolher cursos de engenharia. Uma “inversão significativa”, diz Carlos Matias Ramos. “O país começa a ter consciência de que precisa deste tipo de profissionais.”

De acordo com a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), para as 9037 vagas abertas em cursos de engenharia e afins, na 1.ª fase, houve 7855 candidatos a escolhê-los como 1.ª opção de candidatura e 6700 alunos colocados. Ou seja, 74% de taxa de ocupação. Só nos cursos de Engenharia Civil, a área que mais alunos perdeu nos últimos anos no campo da engenharia, o bastonário referiu que o número de colocações em 1.ª fase “mais do que duplicou” face a 2014.

É certo que cerca de “83% dessas colocações foram na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa”, deixando desertas as instituições do interior. O bastonário diz que a preferência dada a estas duas instituições em detrimento de outras, que não conseguiram colocar qualquer aluno nesta fase, explica-se com o facto de as duas universidades serem encaradas como “uma marca” com grande capacidade de colocação de profissionais no mercado de trabalho.

O bastonário da Ordem dos Engenheiros acredita que com os projectos previstos no âmbito do programa europeu Horizonte 2020 e no Plano Estratégico dos Transportes será necessário muito trabalho de engenharia e defendeu que “o país tem que perceber que não é com áreas que não sejam tecnológicas que vai crescer, que se vai desenvolver”.

Universidades satisfeitas
Várias instituições têm manifestado a sua satisfação com este concurso nacional de acesso ao ensino superior, cujos resultados foram divulgados nesta madrugada. É a retoma da procura por parte dos alunos. Universidades e politécnicos públicos vão receber 42.068 novos estudantes, o número mais alto dos últimos anos.

Também deverá haver muitos alunos felizes: 87% dos que se candidataram conseguiram entrar.

No ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa, que tinha aberto 1102 vagas, a taxa de ocupação é de 100%. Luís Reto, reitor, reagiu em comunicado: trata-se de “um resultado notável”, que o responsável atribui aos “altos níveis de empregabilidade de licenciados do ISCTE”, bem como à ligação da instituição às empresas.

Entre as instituições mais pequenas, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (320 vagas), a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (300) e a Escola Superior de Enfermagem do Porto (270), conseguem também 100% de ocupação. A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (430 vagas) só não chega aos 100% por dois lugares.

A Universidade Nova de Lisboa anunciou ter obtido o melhor resultado dos últimos anos: 99% das vagas totais ocupadas na primeira fase (com 2687 colocados). No ano passado a percentagem de ocupação na mesma fase foi de 91%. Há, na Nova, 31 vagas para a 2.ª fase do concurso.

A Universidade do Porto (UP), por seu lado, classificou de “excepcional” o facto de ter tido uma procura de 7825 candidatos, um valor quase duas vezes superior às vagas que tinha para oferecer este ano lectivo. Atribui isso à “qualidade que a sociedade, as empresas e as instituições em geral percebem existir no trabalho desenvolvido pela universidade”.

Já a Universidade do Algarve emitiu um comunicado a dizer que “registou um crescimento de 19% do número de candidatos colocados na 1.ª fase do concurso nacional, consolidando o aumento que já havia registado no ano transacto (14%) e afirmando-se como a instituição que mais cresceu”. Tinha 1366 vagas, entraram 1120 alunos.

O que está em jogo na 2.ª fase?
Feitas as contas: estavam em jogo 50.555 lugares no ensino superior. Há pelo menos 8700 que sobram para a 2.ª fase. Mas podem até ser mais.

É que na 2.ª fase são colocadas a concurso, entre outras, as vagas sobrantes da 1.ª fase do concurso; as vagas ocupadas na 1.ª fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição; as vagas libertadas em consequência de correcções na colocação na 1.ª fase.

O prazo das inscrições de quem já garantiu lugar começa nesta segunda-feira. Também nesta segunda-feira, e até 18 de Setembro decorrerá a apresentação da candidatura à 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público de 2015.

 

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