António Aguilar prevê ter “um trabalho complicado”

O antigo treinador dos sub-23 do Direito foi nesta terça-feira apresentado como novo seleccionador nacional de sevens

Foto
Bruno Lisita

O antigo internacional português António Aguilar, que na temporada passada treinou a equipa de sub-23 do Direito, foi nesta terça-feira apresentado como o novo seleccionador nacional de sevens. Com um contrato de três anos, Aguilar reconheceu que terá pela frente “um trabalho complicado” e definiu como principal objectivo obter a manutenção no Circuito Mundial, que vai arrancar no Dubai no início de Dezembro.

 

Com um vasto currículo como jogador — contabilizou 83 jogos na selecção nacional de XV e foi cinco vezes campeão europeu de sevens —, António Aguilar, de 37 anos, conta com uma curta experiência como treinador: na época passada, liderou os sub-23 do Direito, que terminaram o campeonato no segundo lugar.

Foto

 

Em conferência de imprensa, o novo seleccionador assumiu que tem pela frente “um trabalho complicado” e definiu a manutenção no Circuito Mundial 2014-15 como o principal objectivo para a próxima época. “Temos um trabalho complicado, mas estamos aqui para isso. A minha função é aproveitar os jogadores e tentar devolver o amor à camisola que se tem perdido com os problemas de dinheiro. O objectivo mais importante é a manutenção no Circuito Mundial, pois passa por aí o futuro do râguebi nacional”, afirmou.

 

Atleta do Direito até ao final da temporada 2013-14, Aguilar foi colega de equipa e defrontou alguns dos jogadores que agora vai treinar e considera que esse é um factor positivo: “Conhecer bem os jogadores e ter jogado contra e com eles é bom, conheço-os bem e eles também me conhecem, sabem o que exijo. Estamos com vontade de trabalhar e fazer coisas boas.”

 

Já o presidente da Federação Portuguesa de Rugby (FPR), Carlos Amado da Silva, considerou que António Aguilar é o treinador indicado para comandar a selecção de sevens, embora tivesse assumido no início de Julho, em entrevista à A Bola TV, que o objectivo inicial passava pela contratação de um técnico neozelandês, desejo que acabou inviabilizado por questões financeiras. “Depois de uma época menos boa, entendeu-se que se devia mudar alguma coisa, e o melhor perfil seria o do António Aguilar. Tem um estatuto de liderança natural, bastantes conhecimentos e é um treinador de futuro”, reiterou.

 

Após perder a bolsa de apoio financeiro por parte do Comité Olímpico Português (COP) por ter falhado a qualificação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o presidente da FPR perspectivou um futuro complicado. “Não se esperem milagres, vai ser uma época muito difícil. Se tivéssemos os apoios naturais, podíamos ter uma capacidade financeira para acordar com os clubes uma situação de quase exclusividade [dos jogadores] para a selecção. Há três meses, não esperava que isto acontecesse, [a diminuição de apoios] trouxe problemas muito graves, mas vamos resolvê-los, retomando práticas do passado”, assumiu. 

Sugerir correcção
Comentar