Festival

Coura à chuva não é para meninos

Fotogaleria

Cai o dilúvio e põe-se a casa às costas. Calçam-se sacos de plástico, vestem-se ponchos de mil cores — que mais depressa nos transformam num inofensivo exército de Teletubbies do que propriamente em festivaleiros aguerridos — e resiste-se. O cenário consegue ser apocalíptico. Salva-se o que se pode e procura-se abrigo ou faz-se abrigo onde antes não havia nada. A dada altura já não há relva. A terra é lama, a lama é nossa e todos nós somos lama. A dada altura a água é tanta que mais vale não insistir nas sapatilhas. Opta-se pelo chinelo. A dada altura já não importa: há que sorrir. Pegar nas trouxas e partir. Coura com chuva não é para meninos, não. Mas, para alguns, quiçá mais intrépidos ou menos adeptos do calor, Coura sem um pouquinho de chuva não é Coura. Já (quase) faz parte. Depois de uns quantos pré-avisos (comparativamente mais mansinhos) no sábado, último dia do festival em que voámos com o furacão Fuzz, a água caiu em força em Paredes de Coura este domingo para se despedir dos derradeiros campistas. Haverá adeus mais simbólico do que aqueles abraços à chuva? Ou será um até já? Certo é que para o ano há mais Vodafone Paredes de Coura: de 17 a 20 de Agosto na Praia Fluvial do Taboão. Faça chuva ou faça chu... perdão, sol. AR

 

Lê as reportagens dos concertos no PÚBLICO.