Tânia Argent criou pincéis multifacetados e "cruelty free"

A Argent Makeup é a primeira marca de pincéis de maquilhagem, em Portugal. Em 2011, Tânia criou a marca dos pincéis cor-de-rosa e quer ver o seu negócio continuar a crescer

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Tânia Argent

Uma marca cor-de-rosa e pincéis de maquilhagem portugueses, multifacetados e "cruelty free" — sofrimento animal, não obrigado. A asinatura é de Tânia Argent.

Em 2009, poucas eram as “youtubers” portuguesas na área da maquilhagem. Recém-licenciada em Publicidade e Marketing, Tânia viu na sua paixão uma oportunidade de negócio e decidiu criar um canal no YouTube, um blogue e até uma loja “online” com cosméticos de marcas internacionais.

O sucesso foi crescendo e, em 2011, a jovem foi contactada por uma fábrica de pincéis de maquilhagem e realizou um desejo de criança: criar uma marca que pudesse chamar de sua. Inicialmente pensava que ia ser de roupa, mas o destino quis que fosse de maquilhagem. “Se não tivesse criado o blogue e o canal no YouTube nunca teria a oportunidade de criar a minha marca”, revelou ao P3.

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Os pincéis estão disponíveis em preto e em rosa Tânia Argent

A marca cor-de-rosa

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A imagem de marca da Argent Makeup é o cor-de-rosa Tânia Argent

Tânia começou cedo a pensar no conceito e no nome que iria dar à marca. “Argent Makeup” ficou assim baptizada e a imagem distintiva, o cor-de-rosa. A jovem de 28 anos queria que os seus pincéis tivessem esta cor porque normalmente os produtos profissionais têm cores muito sóbrias e sérias.

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Tânia Argent, a cara da primeira marca de pincéis de maquilhagem portugueses Tânia Argent

A fundadora juntou dinheiro para criar os seus primeiros pincéis e aproveitou o facto de já ser conhecida no mundo da maquilhagem para fazer crescer a marca. O primeiro pincel foi lançado em 2012, é um pincel de base com o topo achatado e já é um “top” de vendas. Mas, nem todas as pessoas gostam de rosa e, posteriormente, a versão clássica em preto foi criada. No dia em que chegaram os primeiros pincéis, a loja “online” teve logo vendas, “no início vendia de dez a vinte pincéis por dia, agora já não é assim”, revelou a empreendedora.

Sem crueldade animal

Tânia tomou a escolha de criar pincéis com pêlos sintéticos, porque é apologista do "cruelty free" — cosméticos e produtos livres de crueldade e sofrimento animal. Normalmente, os pincéis profissionais são de pêlo natural, mas não se sabe ainda como os animais são tratados nesta indústria e a jovem não quis que o seu negócio sobrevivesse à base do sofrimento animal. O facto de os pincéis serem feitos com cerdas sintéticas também abrange um público em crescimento, o dos veganos, que rejeitam qualquer tipo de produto de origem animal.

A jovem trocou três vezes de fornecedor dos seus produtos, porque muitos não ficavam como queria, principalmente na cor do cabo e na qualidade, com as quais é muito exigente. Nestes pincéis estão reunidas as características que os amantes de maquilhagem mais procuram – cerdas abundantes, com um tamanho adequado para a maioria dos olhos e do rosto e com um cabo fácil de manusear. Tânia também teve em conta a criação de pincéis multifacetados, assim “não é preciso ter imensos pincéis para fazer uma boa maquilhagem”.

Ao todo a marca conta com quatro pincéis, dois de rosto e dois de olhos. Mas a falta de capital faz-se sentir e Tânia não pode abrir as asas no negócio. É difícil arranjar lojas que vendam os pincéis e, de momento, para colmatar, faz parcerias com maquilhadoras que vendem os pincéis nos “workshops”. Em troca, Tânia divulga os trabalhos e serviços das profissionais, “até prefiro assim, estou a ajudar pessoas que são como eu, que trabalham por conta própria”, afirma.

Neste momento, está a descansar as ideias para pincéis e tem em vista criar sombras de olhos, porque é algo que se consome mais depressa. “Tenho de fazer algo que as pessoas continuem a comprar, preciso disso para a marca ser sustentável”, confessa a empreendedora. A comunicação da marca, principalmente através das redes sociais, é uma das maiores apostas. “Há sete anos, quando acabei o curso, não se falava de 'web marketing', não basta termos um bom produto, temos de saber comunicá-lo”, afirma.

O futuro parece ser risonho para a jovem portuguesa. O próximo passo é começar a exportar para vários países, por agora, vende os pincéis a emigrantes portugueses e tem uma cliente angolana que revende para as suas amigas.

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