O fogo que desde segunda-feira à tarde lavrava no Parque Natural da Serra da Estrela, e que segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.estava a destruir uma área com "forte importância ambiental e paisagística", foi finalmente considerado dominado. As boas notícias chegaram pouco depois da chuva começar a cair, eram cerca de 15h. Resta agora apurar a área comida pelas chamas.

O director do Instituto de Conservação da Natureza na zona Centro, Rui Melo, considera prematuro adiantar qual a extensão da área ardida, embora seja "efectivamente muito grande". Mas antes de o incêndio ter sido dado como dominado mostrava-se preocupado com o facto de as chamas estarem a avançar, durante a manhã desta quarta-feira, para uma área de florestal plantada há cerca de 80 anos e cuja regeneração poderia demorar "vários anos".

"Naturalmente que estamos muito preocupados, designadamente com a área do Vale do Mondeguinho, porque estamos a falar de uma zona que tem forte importância ambiental, paisagística, florística, faunística e também turística", alertava. Rui Melo realçava ainda o "forte investimento feito na rede viária e de defesa da floresta contra incêndios" naquela área, ao mesmo tempo que lamentava que nem isso tivesse impedido a progressão das chamas. 

Já o vice-presidente da Câmara de Gouveia, concelho em que o fogo começou tendo depois alastrado ao concelho de Manteigas, adiantou que, "não havendo dados rigorosos, só no concelho de Gouveia já terão ardido mais de 800 hectares, essencialmente de mato". José Cardoso explicou que a principal preocupação se prende agora com o foco de incêndio junto ao cruzamento das Penhas Douradas.

"Ainda estão a alguma distância, mas se as chamas passarem a estrada, fica em risco uma área intensamente reflorestada", apontou, adiantando que até agora, naquele concelho, o fogo não ameaçou populações ou habitações.

De acordo com a página da Autoridade Nacional da Protecção Civil na Internet, o fogo - que começou às 14h46 de segunda-feira, em mato, na Senhora do Monte, na União das Freguesias de Aldeias e Mangualde da Serra, concelho de Gouveia, e que entretanto alastrou para o concelho de Manteigas - estava, às 10h45 desta quarta-feira, a ser combatido por 403 operacionais, auxiliados por 133 meios terrestres e por seis meios aéreos. Além dos bombeiros de várias corporações do país, no terreno estão ainda operacionais dos grupos de reforço para combate a incêndios florestais Centro Sul, Faro, Aveiro e Coimbra, o grupo de reforço ampliado de Leira e equipas de reconhecimento e avaliação da situação. Actualizado às 16h00