Primeiro-ministro da Líbia demite-se, ou talvez não

Confrontado com críticas numa entrevista televisiva, Abdullah al-Thinni disse que se afastava. “Podem trazer um novo primeiro-ministro com uma varinha mágica para resolver todos os problemas.”

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O primeiro-ministro líbio disse que se demitia na sequência de uma pergunta de um entrevistador Esam Omran Al-Fetori/Reuters

O chefe do Governo internacionalmente reconhecido da Líbia, Abdullah al-Thinni, não gostou das críticas que lhe estavam a ser apontadas numa entrevista televisiva. Sem margem para dúvidas, declarou: “Demito-me oficialmente.” Mas passado pouco tempo, um porta-voz veio dizer que o primeiro-ministro se mantinha no cargo.

A entrevista foi emitida na terça-feira à noite na televisão privada Canal Líbia, e o entrevistador confrontou o chefe de Governo com perguntas de cidadãos zangados que criticaram o seu governo como ineficaz e incapaz de lidar com a falta de segurança, falhas nos serviços de governo e falta de ajudas para a população deslocada.

Perguntou-lhe o que faria se houvesse protestos, ao que Abdullah al-Thinni respondeu: “Não precisam de protestar porque demito-me oficialmente e apresentarei a minha demissão à Câmara dos Representantes no domingo”, respondeu Abdullah al-Thinni. “Podem trazer um novo primeiro-ministro com uma varinha mágica para resolver todos os problemas”, declarou ainda.

Mas horas depois, um porta-voz garantia à Reuters que o primeiro-ministro se mantinha, dizendo que Thinni tinha dito apenas que se demitiria se isso lhe fosse pedido pelo povo.

O Governo internacionalmente reconhecido tem base no Leste da Líbia desde que a capital, Tripoli, foi tomada por um grupo armado rival há cerca de um ano. Este grupo reivindica para si a legitimidade do Governo.

Quatro anos após a queda de Muammar Khadafi, o governo que tem o reconhecimento internacional trabalha a partir de hotéis e a situação no Leste deteriora-se. A administração rival controla edifícios chave e ministérios na capital.

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