Astérix e Obélix contra César, outra vez, muitos anos depois

O Papiro de César, o 36º volume da colecção Astérix, chega a Portugal a 22 de Outubro.

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Depois de uma viagem à Escócia, Astérix e Obélix, e os seus companheiros gauleses, estão de volta à Gália, preparados para resistir a mais uma investida dos invasores. Mas não estão sós, está de volta também o seu mais terrível e antigo inimigo, César. Isto não seria grande novidade, se não fosse esta a primeira aventura clássica que os novos tutores das personagens de Goscinny e Uderzo, Jean-Yves Ferri (argumento) e Didier Conrad (ilustração), têm em mãos.

O Papiro de César é o 36º volume da colecção e o segundo de Jean-Yves Ferri e Didier Conrad. Segue-se a Astérix entre os Pictos, editado há dois anos pela ASA/Leya, história na qual César não entra. Talvez por isso, esta nova aventura esteja também a causar algum reboliço na imprensa, principalmente nos meios de comunicação franceses que avaliam as mudanças no traço da personagem.

“César mudou muito nos livros. Praticamente dobrou de tamanho entre o primeiro e o último volume”, diz ao Le Figaro Conrad, explicando que procurou para esta nova história “um estilo intermédio que combine as qualidades de todas as épocas, reconhecíveis por todo o mundo”.

Sobre o conteúdo da história é que pouco ainda se sabe. A editora francesa revelou na semana passada algumas, muito poucas, pranchas do livro, que permitem tirar algumas ilações. Percebemos por exemplo que a dupla mantém-se fiel ao espírito, e ao traço original, de Uderzo, de 88 anos, que começou a contar as aventuras de Astérix e Obélix em 1959 com René Goscinny, que morreu em 1977. Há uma imagem que embora nova já vimos vezes sem conta: uma batalha épica de gauleses contra romanos; Obélix feliz da vida com um romano em cada mão, Astérix a aviar um e outro soldado.

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Uma cena que Conrad diz ter levado uma semana a fazer. “Aquilo que Uderzo fazia num dia, eu faço numa semana. Com o tempo, espero diminuir este tempo”, aponta ao diário francês, contando que “não é evidente desenhar Obélix com um romano em cada braço, para que o movimento funcione”. “A dificuldade é encontrar o equilíbrio.”

Segundo Uderzo, em entrevista ao Le Figaro, esta nova história tem como ponto de partida A Guerra das Gálias, escrito por Júlio César para publicitar os seus triunfos junto do povo de Roma. Obra que o pai de Astérix e Obélix diz ter lido três vezes, na altura em que ainda tinha o seu parceiro Goscinny, para se inspirar.

Uderzo diz ter total confiança no trabalho desta nova dupla e se há dois anos supervisionou todo o trabalho em Astérix entre os Picto, desta vez foi contactado de tempos em tempos para pequenas coisas. Sobre O Papiro de César, diz apenas: “Gostava de me ter lembrado disso”.

O lançamento do novo livro vai acontecer em simultâneo em todo o mundo a 22 de Outubro, em Portugal inclusive, onde será editado em português e mirandês.

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