Unidade portuguesa engloba novo gigante da distribuição de Coca-cola

Três maiores engarrafadoras da Coca-Cola na Europa vão dar origem a uma nova empresa com receitas de 11,5 mil milhões de euros.

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Coca-Cola European Partners passa a ter 27 mil trabalhadores, distribuídos por 50 fábricas. REUTERS/George Frey

As três maiores engarrafadoras da Coca-Cola na Europa chegaram nesta quinta-feira a um acordo que prevê a integração dos seus negócios numa nova empresa. O negócio dá origem à maior engarrafadora independente da multinacional norte-americana em termos de receitas líquidas.

A operação vai juntar a Coca-Cola Iberian Partners, a Coca-Cola Erfrischungsgetränke e a Coca-Cola Enterprises para harmonizar e aumentar a eficiência da produção, venda e distribuição dos produtos da marca no continente europeu, dando origem à Coca-Cola European Partners.

No comunicado enviado às redacções, a Coca-Cola Iberian Partners informa que “irá manter em Espanha e Portugal a estrutura e a organização necessárias para responder ao mercado, aos consumidores e aos clientes". Ou seja, não está previsto qualquer plano de reestruturação. Contactada pelo PÚBLICO, uma porta-voz da empresa referiu que, “em princípio, não haverá despedimentos”, mantendo a operação sem alterações no mercado ibérico.

O capital da nova empresa vai ser detido a 34% pela Coca-Cola Iberian Partners, a Coca-Cola Company (que controla a totalidade da engarrafadora alemã) fica com uma participação de 18% e os accionistas da Coca-Cola Enterprises ficam com os restantes 48%.

Uma avaliação da Coca-Cola estima que a receita líquida da nova empresa ascenda a 11,5 mil milhões de euros em 2015, assente numa rede de 300 milhões de consumidores espalhada por vários países europeus. Em termos de estrutura, a multinacional passa integrar 27 mil trabalhadores, distribuídos por 50 fábricas de engarrafamento em 13 países. Em 2014, 400 destes trabalhadores trabalhavam em Portugal, mas não foi possível apurar o número actual. 

Com sede em Londres, a empresa que nasce desta operação vai ficar cotada nas bolsas de Amsterdão, Madrid e Nova Iorque e terá como presidente executivo o britânico John Brock (actualmente na Coca-Cola Enterprises) e como presidente do conselho de administração a espanhola Sol Daurella (à frente da Coca-Cola Iberian Partners).

A Coca-Cola European Partners assinou com a marca norte-americana um acordo para o engarrafamento na Europa que tem a duração de dez anos, com mais dez de opção.

A Coca-Cola tenta assim recuperar da queda das vendas nos vários mercados. No ano de 2014, a empresa viu decrescer o volume de negócios na Península Ibérica, com a subida de 5,4% em Portugal a não conseguir compensar a quebra de 0,6% em Espanha, país onde o mercado tem maior escala.

Nos últimos anos, multinacional sedeada em Atlanta, Estados Unidos, procedeu a várias operações de fusão de pequenas engarrafadoras fora do território norte-americano, para tentar aumentar a eficiência do negócio assim como comercializar melhor os produtos.

Uma dessas operações foi levada a cabo na Península Ibérica em 2013. A engarrafadora portuguesa e sete espanholas fundiram-se para dar origem à Coca-Cola Iberian Partners, empresa agora envolvida na união com as congéneres europeias. No decorrer da operação, a empresa chegou a encerrar quatro fábricas em Espanha e a despedir 820 trabalhadores. Apesar disso, a actividade em Portugal não foi afectada. No entanto, já em Abril de 2015, o Supremo Tribunal espanhol considerou que o despedimento era ilegal e decidiu pela reintegração dos trabalhadores, o que levou a Coca-Cola Iberian Partners a reabrir uma fábrica perto de Madrid.

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