Cerca de 30 mil portugueses jogam o jogo dos "caçadores de tesouros"

Chama-se geocaching e é uma modalidade que exige alguns cuidados de segurança. Tudo para chegar ao tesouro escondido.

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O geocaching pode descrever-se como uma versão mais evoluída da tradicional caça ao tesouro Rita Baleia

O geocaching, ou caça ao tesouro, está a ganhar adeptos em Portugal, estimando-se que cheguem aos 30 mil praticantes activos, mas trata-se de “uma aventura” que não deve ser praticada sem companhia, disse à Lusa um praticante da modalidade.

Segundo explicou à agência Lusa Pedro Santos, geocacher desde 2008 e um dos administradores do Geopt.org, site que se dedica ao geocaching, o mais importante nesta actividade é “cumprir as regras de segurança” e as pessoas “não se aventurarem sozinhas”.

No passado sábado, um homem de 62 anos, de Tomar, distrito de Santarém, desapareceu nas serras de Aire e Candeeiros, no distrito de Leiria, quando praticava geocaching. O alerta foi dado pela mulher do geocacher que estranhou a demora do marido ao deslocar-se para procurar um determinado ponto, numa mata junto ao itinerário complementar 2.

Segundo o site geocaching.com existem 2.684.108 geocaches ("tesouros") activas em todo o mundo e mais de seis milhões de geocahers ("caçadores de tesouros"). Em Portugal, estima-se que a comunidade chegue aos 35 mil, dos quais só 25 a 30 mil são praticantes activos.

O geocaching pode descrever-se como uma versão mais evoluída da tradicional caça ao tesouro, já que, ao invés dos mapas, os geocachers usam coordenadas de localização GPS para chegarem ao tesouro escondido dentro de uma cache (caixa de plástico) que se pode encontrar no campo, na praia ou mesmo na cidade.

Pedro Santos reconhece que esta pode ser uma actividade perigosa, devido aos locais onde as caches estão escondidas. Para chegar a uma das mais difíceis e radicais (há diferentes níveis de perigo), o geocacher deve ter cuidado e levar material de segurança.

“Temos caches escondidas em todo o lado e mais algum, algumas podem estar no meio de uma parede de escalada, por exemplo, podem estar em sítios perigosos como uma ribanceira, depende qual é o objectivo da cache em si, qualquer pessoa que se aventura para chegar a uma destas caches mais difíceis ou mais radicais pode correr o risco de sofrer algum acidente”, explicou.

O geocacher, que vive em Lisboa, contou à Lusa a experiência de ir atrás de uma cache que se encontrava no topo de uma chaminé de 75 metros de altura, lembrando que fez o desafio com cordas e equipamento de segurança. “Às vezes há pessoas que não cumprem requisitos de segurança ou que decidem abusar e pode haver algum problema”, sublinhou.

A descrição de cada cache e as suas coordenadas geográficas encontram-se publicadas no site na Internet geocacching.com, acessível a todos os que se queiram aventurar, mas há que respeitar umas quantas regras antes de se meter ao caminho.

As caches podem conter pequenos objectos ou brinquedos que deliciam quem as encontra, mas no seu lugar deve ficar algo em troca. No entanto, o maior prémio, dizem os geocachers é a procura do tesouro em si, a descoberta do local onde este se encontra escondido e as paisagens.

Pedro Santos revelou à Lusa que o “tesouro é só um pretexto” que leva o praticante àquele local ou àquela aventura, acrescentando que o conteúdo da cache’ “não lhe interessa nada”, mas sim “encontrar o local, ver as vistas, desfrutar da paisagem, da companhia dos amigos” .

Geocaching é as pessoas dizerem que está ali um sítio muito porreiro, desafiarem-me para ir lá e eu vou. A cache é só um pretexto”, acrescentou.

A experiência que retém na memória como mais emocionante foi a vivida em Arouca, há cerca de dois anos, com uma cache denominada Indiana Jones, numa gruta de três metros quadrados no Rio de Frades.

 

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