“Não escolhi os anteriores seleccionadores”

Carlos Amado da Silva afirma que “não foi por falta de alternativas” que escolheu Olivier Baragnon para seleccionador nacional

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Patrícia Martins

A três meses de se realizarem eleições na Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), Carlos Amado da Silva apresentou nesta sexta-feira Olivier Baragnon, francês que irá liderar a selecção nacional de XV. A decisão tem sido muito criticada por diversas pessoas ligadas à modalidade, mas o presidente da FPR refuta as acusações e elogia Baragnon, que “tem grandes conhecimentos do râguebi mundial”.

 

“Nunca na FPR algum técnico deixou de cumprir o seu contrato. Nunca. Chegaram sempre ao fim. A época começa em Setembro, não pode haver vazios e a legitimidade que eu tenho em fazer um novo contrato com aqueles que estão ou com quem vem de novo é a mesma. Qualquer funcionário tem cláusulas de salvaguarda no contrato, como sempre houve, para que não haja condicionalismos. Há cláusulas que não põem em causa coisa nenhuma. Qualquer outra direcção que venha tem toda a legitimidade de poder escolher”, sustentou.

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Desde que Carlos Amado da Silva chegou à liderança da FPR, Baragnon será o quarto técnico contratado por esta direcção, mas o dirigente atira para Tomaz Morais a responsabilidade dos insucessos anteriores. “Não escolhi os anteriores seleccionadores [Errol Brain, Frederico Sousa e João Luís Pinto]. Limitei-me a concordar com os nomes. O Tomaz Morais era o director técnico nacional, propôs o nome dos seleccionadores e eu dei o meu apoio. É uma pessoa que merece toda a minha consideração. É responsável, profissional e muito conhecedora. Confio nele, como sempre confiei”.

 

Sobre Olivier Baragnon, Carlos Amado da Silva não tem dúvidas que é o nome certo para o lugar certo e adianta que processo de escolha do novo seleccionador nacional foi bastante criterioso. “O Olivier tem grandes conhecimentos do râguebi mundial. A direcção da federação definiu um perfil de treinador que se enquadrasse nas nossas necessidades. Era altura de encontrar um treinador latino, francês preferencialmente. Existe uma forte ligação do râguebi nacional ao francês através dos jogadores que jogam lá”, sublinhou.

 

“O Olivier foi a única pessoa com quem falei e não foi por falta de alternativas ou voluntários”, defendeu ainda Amado da Silva, na conferência de Imprensa que decorreu nesta sexta-feira na sede da FPR.

 

E quem é o novo comandante dos "Lobos"? Carlos Amado da Silva traça o perfil do treinador francês de 45 anos: “Foi um atleta, é um treinador e um estudioso que sabe muito de râguebi. Foi seleccionador dos sub-18 em França. Olivier Baragnon tem todas as condições para trazer para Portugal a experiência que tem, e por outro lado manter uma relação estreita com os clubes, dirigentes e jogadores em França.”

 

Quanto aos próximos tempos, o presidente da FPR assegura que serão de trabalho. “No râguebi, como na vida, temos de ter resultados. Quando as coisas não surgem é preciso fazer qualquer coisa. Mal seria que eu, enquanto presidente, fosse insensível aos desafios que nos chegam. Vamos ter já em Novembro um torneio em Hong Kong, que é extremamente importante porque precisamos recuperar os lugares que perdemos no ranking mundial. Vamos jogar contra a Rússia, Zimbabwe e Hong Kong. É uma escolha consciente e programada com o perfil adequado às nossas necessidades”, observou.

 

Apesar de assumir o cargo de seleccionador nacional, Olivier Baragnon continuará a viver em França, mas isso é algo que não preocupa Amado da Silva. “O Olivier estará sempre com a equipa. Não há part-times nem full-times. Trabalha-se quando é necessário treinar. Países com a Espanha ou a Bélgica fazem-no há bastante tempo e têm tido resultados. Vai trabalhar em Portugal e em França. Tenho muita confiança no futuro e tenho a certeza que ele vai trazer novidades para a modalidade no nosso país. É uma mais-valia que espero que se traduza em resultados”, perspectivou. 

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