Portuguesa Paladin abre fábrica em Angola para aumentar receitas

Com a nova fábrica a marca portuguesa espera que o valor do mercado angolano duplique para quatro milhões.

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Exportações da empresa portuguesa para o mercado angolano já valem mais de dois milhões de euros Carla Carvalho Tomás

A empresa Mendes Gonçalves, dona da marca de molhos Paladin, decidiu abrir a sua primeira fábrica nos arredores de Luanda, em Angola. O investimento na nova fábrica custou à Mendes Gonçalves cerca de três milhões de euros.

Com a construção desta fábrica no país africano, a proprietária da Paladin inicia a ideia de descentralização da produção, que até agora acontecia apenas na Golegã, e coloca os produtos mais perto dos mercados-alvo.

Ao PÚBLICO, o administrador da Mendes Gonçalves afirma que alargar a produção para Angola irá aumentar a competitividade da marca, principalmente em mercados africanos, como por exemplo o do Congo, dos Camarões e da Zâmbia.   

De acordo com Carlos Gonçalves, a construção da fábrica é "um projecto de expansão com vista à consolidação da estratégia de internacionalização”.

Também o director de internacionalização da empresa, João Pilão, salienta que a marca já estava em Angola, mas que houve “a necessidade de melhorar a nossa [da Paladin] capacidade de resposta e competitividade à crescente procura dos consumidores angolanos pelos produtos da marca”.

O mercado angolano tem vindo a registar um crescimento no número de consumidores de produtos alimentares como os da Paladin. Por esta razão, a marca portuguesa não quer ficar atrás das outras marcas internacionais.

Desde o relançamento da marca, as exportações da empresa portuguesa para o mercado angolano já significam mais de dois milhões de euros. E, segundo Carlos Gonçalves, com a construção da nova fábrica, pretende-se que este valor aumente para mais do dobro.

O administrador da Mendes Gonçalves afirma que mais de 90% da matéria-prima usada na produção da Paladin é portuguesa e, o aumento do processo de internacionalização permitirá com que 30% desta produção seja enviada para os mercados externos.     

O trabalho na nova fábrica iniciou-se no mês de Junho e para já conta com cerca de vinte funcionários. Numa primeira fase, a produção irá centrar-se apenas nos vinagres da marca portuguesa.

“Os vinagres sempre foram importantes para a empresa, foi por aí que tudo começou há 20 anos. Esta é a primeira etapa de um projecto mais ambicioso para o futuro”, diz o administrador. Mas, no futuro, espera-se que a fábrica tenha condições para desenvolver produtos direccionados à identidade dos consumidores daquela região.

O administrador admite que é um investimento numa altura de “contraciclo”, mas que, ao contrário de outras empresas que apenas investem no país africano como alternativa à quebra da procura nacional, para a Paladin “Angola é um investimento de longo prazo, porque se quer, a partir dali, desenvolver novos mercados e conquistar novos consumidores”. Texto editado por Luís Villalobos

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