Holandesa Schippers é a vedeta da velocidade

Em Londres, a heptatlonista holandesa mostrou-se cada vez mais candidata a medalhas no sprint mundial.

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Glyn Kirk/AFP

O único meeting da Liga de Diamante que decorre em dois dias é o de Londres, o que faz jus à tradicional asserção sobre a peculiaridade britânica, e dir-se-á que ainda bem que assim é. Pelo menos no que respeita a este fim-de-semana, já que depois de uma sexta-feira chuvosa para esquecer, neste sábado o Estádio Olímpico foi banhado pelo sol e as condições para o atletismo eram muito melhores. Em paralelo com a véspera, porém, houve pelo menos uma coisa: a velocidade esteve no centro das atenções. Desta vez, a figura principal foi a holandesa Dafne Schippers.

Nos 100m femininos também houve meias-finais e final. E logo a primeira das rondas preliminares foi marcada pela vitória da jovem britânica de 19 anos Dina Asher-Smith, que aproveitou a oportunidade para colocar o recorde nacional, que já detinha com 11,02s registados neste ano, pela primeira vez abaixo dos 11 segundos, ao acabar com 10,99s.

Schippers ganhou a segunda meia-final com o mesmo tempo e assim ficava lançado o mote para a corrida decisiva, nesse presumível duelo arbitrado pela nigeriana Blessing Okagbare e muitas americanas. Como é dos livros, Asher-Smith, um pouco mais contraída do que duas horas antes, já não conseguiu revisitiar a casa dos dez segundos e seria mesmo a holandesa a grande vencedora.

Dafne Schippers partiu muito mal, aos dez metros era a última, mas uma vez mais a sua ponta final não deu hipóteses a ninguém e a holandesa emergiu vitoriosa com 10,92s, recorde nacional, contra 10,98s de Okagbare, 11,01s de Murielle Ahouré, da Costa do Marfim, e 11,06s de Asher-Smith. As americanas ficaram com os lugares a seguir ao quarto.

Schippers, que foi a dupla campeã europeia da velocidade no ano passado, em Zurique, e que é heptatlonista de base, já afirmou que a sua opção para os Mundiais de Pequim será o sprint em detrimento das provas múltiplas. E a maneira como venceu os 100m mostrou que há claramente que contar com ela para a disputa das medalhas no Ninho de Pássaro, o estádio olímpico da capital chinesa.

Outra grande prova foi a de 800m e, uma vez mais, Nijel Amos, do Botswana, venceu o recordista mundial, o queniano David Rudisha, elevando a sua contabilidade favorável nos duelos entre ambos para improváveis 6-1. A única vez que Rudisha o venceu foi nos Jogos de Londres - entretanto o queniano tem andado lesionado e em recuperação e Amos foi aproveitando. Neste sábado, na recta final, Rudisha liderava mas não conseguiu aguentar o seu rival, que venceu com 1m44,57s contra 1m44,67s dele próprio, e com o polaco Adam Kszczot em terceiro.

Quem continua em grande é o francês Renaud Lavillenie, de novo vencedor da prova do salto com vara que havia transitado da véspera, adiada pela chuva. Nem um recente par de derrotas desmobilizou o recordista mundial, que passou 6,03m ao primeiro ensaio para depois falhar por três vezes a 6,10m, enquanto atrás de si o canadiano Shawn Barber era segundo com um novo recorde nacional, a 5,93m, que o mantém como segundo melhor da temporada.

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