Agir formaliza coligação com MAS e PTP

Gil Garcia, do Movimento Alternativa Socialista, será o cabeça-de-lista pelo Porto.

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Amândio Madaleno (PTP), Joana Amaral Dias, e Gil Garcia (MAS) no Largo do Carmo, em Lisboa Mara Carvalho

Sai o Partido Democrático do Atlântico (PDA) e entra o Movimento Alternativa Socialista (MAS). O Agir entregou nesta quinta-feira no Tribunal Constitucional os documentos necessários para formalizar a coligação, com a qual vão concorrer às eleições legislativas. Além do Agir e do Partido Trabalhista Português (PTP), passa a fazer formalmente parte da coligação o MAS.

Já o PDA, que estava previsto integrar também esta coligação, acabou por formalmente não aderir por questões burocráticas relacionadas com a entrega de documentos no Tribunal Constitucional, embora continuem a apoiar a plataforma: “Foram questões meramente burocráticas, não conseguimos reunir toda a documentação necessária a tempo de cumprir com os prazos curtos [para a formalização da coligação]. Foi falha da minha parte, foi uma falha do PDA, é um partido pequeno, temos uma logística diferente dos grandes partidos, não temos secretária”, garantiu ao PÚBLICO o presidente do PDA, Rui Matos, que indicará o cabeça-de-lista deste movimento pelos Açores. Outro dos cabeças-de-lista que já é conhecido é José Manuel Coelho (PTP) que concorrerá pela Madeira.

Depois de entregar os documentos necessários no Tribunal Constitucional, o Agir, que conta ainda com o apoio de vários movimentos, fez uma apresentação pública da coligação no Largo do Carmo, “lugar simbólico” na “história contemporânea portuguesa”, disse Joana Amaral Dias, o principal rosto desta formação. Para esta activista, depois do 25 de Abril de 1974, é necessária outra “transformação profunda na sociedade portuguesa”.

Apesar de Joana Amaral Dias ter vindo sempre a insistir que o Agir não se situa nem à esquerda nem à direita, o líder do MAS, Gil Garcia, explica que se juntou à coligação precisamente para que a esquerda surja unida nas legislativas, para não permitir que sejam sempre PSD, CDS e PS a governarem.

O objectivo, defendeu Gil Garcia, é combater essa “dispersão” e contribuir para a “unidade” da esquerda. O líder do MAS criticou o facto de PCP e BE nunca se unirem, o que permite que o “governo da nação” fique sempre entregue à direita ou aos socialistas. Para Gil Garcia, “o Agir é claramente uma formação de esquerda” e o facto de defenderem que não se situam nem à esquerda, nem à direita, significa apenas que querem dar resposta a vários sectores da população.

Joana Amaral Dias, que será cabeça-de-lista por Lisboa, voltou a dizer que o Agir “não é um partido de protesto”, quer ser um “partido de poder”, eleger deputados e constituir um grupo parlamentar. E reafirmou os principais eixos programáticos com os quais vai concorrer às eleições “mais importantes” desde o 25 de Abril. Entre outros, querem combater a corrupção, impedir que haja actores políticos que se “eternizem” no poder, uma “minoria egoísta” que defende “os interesses instalados” em vez do bem-estar dos portugueses.

Entendem ainda que as pessoas devem “escolher o modelo económico em que querem viver” e defendem um “aprofundamento da democracia”, através, por exemplo, de referendos revogatórios, com os quais seria possível demitir um Governo que não estivesse a cumprir o seu programa. 

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