Português: uma língua com futuro

Congresso da Língua Portuguesa vai fechar o ano de comemorações dos 725 anos da Universidade em Portugal e abrir o novo Centro de Congressos de Coimbra, no Convento de São Francisco

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O português é uma das línguas mais faladas no mundo. “Não precisamos de ficar em primeiro lugar, para termos a sensação de que isso é que conta. Ficar em quarto ou quinto lugar, em todo o mundo, já é fantástico. E é uma oportunidade também”. João Grabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra não tem dúvidas de que a Língua Portuguesa é um dos principais pilares do património nacional - e também mundial - e, também por isso umas das suas prioridades estratégicas. “A língua nativa mais falado no hemisfério sul é o português. Graças ao Brasil, e depois a Angola e a Moçambique. Então nós, tão pequenino, vamos deitar fora o argumento principal? Não faz sentido”, argumentou o reitor, defendendo assim a opção de a internacionalização da Universidade de Coimbra e a captação de alunos e professores estrangeiros ser feita sempre em português.

E é por se entender que o português não tem dono, e sobretudo a pensar no futuro da língua portuguesa, que a Universidade de Coimbra decidiu fechar o extenso programa de comemorações dos 725 anos da Universidade com a organização de um Congresso Internacional da Língua Portuguesa.

As comunidades científicas de todos os países onde se fale, se estude ou onde haja algum português na diáspora está convidada a participar no congresso internacional "Língua Portuguesa: uma Língua de Futuro", a realizar no Convento de S. Francisco, em Coimbra, de 2 a 4 de dezembro de 2015. Os interessados em participar no congresso já podem fazer a sua inscriçao, beneficiando de um preço com desconto até ao fim dio mês de Julho. 

 

A realização deste congresso vai marcar também a inauguração que tem vindo a ser adiada do novíssimo Centro de Congressos da cidade, numa recuperação do Convento de São Francisco assinada por Carrilho da Graça.

Numa altura em que o acordo ortográfico continua a gerar vincadas divisões, este congresso, cuja coordenação da Comissão executiva está entregue a Carlos Reis, o objectivo é fazer uma reflexão multidisciplinar que ajude a responder aos desafios que a Língua Portuguesa enfrenta. “Estão em causa não apenas o trajeto histórico da língua portuguesa, mas sobretudo as exigências determinadas por transformações socioculturais, por mutações científicas e tecnológicas e por contextos político-linguísticos diversos dos que herdámos do passado. Para além disso, a língua portuguesa constitui um dinâmico instrumento de comunicação e de representação de práticas culturais e de saberes vários, incluindo-se neles o chamado conhecimento científico, com os efeitos cognitivos, educativos e culturais que daí se deduzem”, lê-se nos documentos de apresentação do congresso.

O ensino da língua portuguesa, as suas novas materialidades, a literatura em português são, pois, alguns dos grandes temas em debate. O congresso estará organizado com a conferência de quatro keynote speakers, de outros tantos países de expressão portuguesa, e várias sessões paralelas e mesas redondas.

O programa do congresso ainda não está, naturalmente, fechado, mas há já alguns nomes em cima da mesa. Entre eles, a portuguesa Lídia Jorge, com vários titulo publicados e galardoada com inúmeros prémios - o ultimo deles, ainda este ano, foi o Premio Vergílio Ferreira, instituído pela Universidade de Évora. Também o autor do Livro Branco “A Lingua Portuguesa na Era do Digital”, António Horta Branco estará presente, assim como a brasileira Aline Villavicencio, especialista em linguagens computacionais. António Dias de Figueiredo, Carlos Alberto Faraco, João Costa, Maria Antónia Mota, Perpétua Gonçalves e Vítor Aguiar e Silva são outros dos nomes já confirmados.

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