Festival Filmes do Homem está de regresso a Melgaço

A segunda edição do Festival Internacional de Documentário de Melgaço ocorre de 4 a 9 de Agosto nesta vila do Alto Minho.

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Museu de Cinema Jean Loup Passek Paulo Pimenta

Está de regresso e promete “robustecer o projecto” da primeira edição. Os propósitos do Festival Filmes do Homem, de Melgaço, continuam os mesmos: através do cinema, ir em busca da memória e da realidade etnográfica, além de promover uma identidade cultural portuguesa e minhota. O tema das migrações nesta segunda edição a isso obriga, e Melgaço não quer dissociar a comunidade da Sétima Arte.

De 4 a 9 de Agosto, o objectivo passa por “afirmar o cinema num território de baixa densidade”, argumentou Manoel Batista Pombal, presidente da Câmara de Melgaço, na apresentação do festival realizada na Casa das Artes, no Porto. Uma secção competitiva com o Prémio Jean Loup Passek, dividido em três categorias, traz uma lufada de ar fresco e uma homenagem devida.

“O prémio é em nome de Jean Loup Passek, que deu a sua vida a Melgaço”, disse o autarca. Já Carlos Eduardo Viana, presidente da Associação de Produção e Animação Audiovisual (Ao Norte), uma das entidades envolvidas no evento, considera o acto “uma homenagem da vila a Jean Loup”. O historiador, crítico e coleccionador francês de cinema encontrou amizade em terras lusas e o Museu de Cinema de Melgaço foi criado, há uma década, na sequência da doação a este pequeno recanto de Portugal de fotografias, documentos, livros e cartazes do seu acervo.

Para a segunda edição, Filmes do Homem recebeu a candidatura de 200 títulos para as categorias de melhor longa-metragem internacional, melhor curta ou média-metragem internacional e melhor documentário português. Desde a Itália à Turquia, as fronteiras esbatem-se e as “nacionalidades” dos filmes são tão diversas quanto se pretenda que seja a programação.

O vencedor dos 11 nomeados nas longas-metragens pode arrecadar 3000 euros; para uma das nove curtas-médias metragens, o prémio é de 1500 euros; um dos quatro documentários portugueses vencerá 1000 euros. O veredicto final cabe a um júri, presidido pelo documentarista Jorge Campos, e engloba professores universitários e especialistas de cinema.

De entre as inúmeras actividades paralelas ao festival contam-se o seminário Fora de Campo, em que a componente teórica e prática do cinema documental está em ligação constante com a cultura local; uma exposição dedicada a Manoel Oliveira, no Museu de Cinema de Melgaço, onde se pretende homenagear o cineasta que encontrou neste município o cenário para o filme Viagem ao Princípio do Mundo; e ainda Nós, por cá e por lá, uma exposição fotográfica sobre a emigração portuguesa, numa clara alusão às histórias lusas que se contam pelo mundo fora.

Da apresentação fica o desejo, manifestado pelos responsáveis pelo festival, de que “as pessoas dêem um salto até Melgaço”, até porque as migrações em Agosto também passam por esta terra do Alto Minho.

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