Aluno de Lagos recebe medalha de bronze nas Olimpíadas de Física

Provas terminaram neste domingo em Bombaim, na Índia.

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Era necessário ter grande destreza experimental para a prova DR/arquivo

As provas sobre Física Nuclear e Partículas não eram fáceis, mas os resultados para a equipa portuguesa foram bastante positivos: uma medalha de bronze e três menções honrosas nas Olimpíadas Internacionais de Física, que terminaram neste domingo em Bombaim, na Índia. Grégory Bonaert, do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, em Lagos, foi o grande vencedor da medalha de bronze, divulgou a Universidade de Coimbra.

André Lello de Almeida (Colégio Luso-Francês, Porto), José Guilherme Matos (Escola Secundária de Mirandela) e João Antunes (Escola Secundária da Amadora) receberam uma menção honrosa. David Pereira (Escola Secundária Lima-de-Faria, Cantanhede) foi outro dos representantes portugueses na prova.

O vencedor absoluto desta Olimpíada, que obteve a melhor classificação no conjunto dos dois testes, foi um estudante da Coreia do Sul, Taehyoung Kim. Participaram nesta competição 382 estudantes finalistas do ensino secundário de 82 países.

Esta Olimpíada, que vai já na XLVI edição, é uma competição anual onde jovens estudantes pré-universitários são convidados a demonstrar a sua preparação em Física em dois longos e difíceis exames (um teórico e um experimental). O nível de conhecimentos exigidos para realizar estas provas vai muito além do programa de Física do ensino secundário, obrigando os estudantes a um imenso esforço e dedicação durante a fase de preparação.

Na prova deste ano, os problemas teóricos focaram-se principalmente em tópicos de Física Nuclear e de Partículas, com os estudantes a responderem a complexas questões sobre a radiação e as partículas resultantes da fusão nuclear que ocorre no Sol e também sobre as propriedades ondulatórias da matéria. Na última questão, a equipa nacional resolveu um problema sobre detalhes do funcionamento de um reactor nuclear.

Os chefes de equipa que acompanharam a delegação a Bombaim, Fernando Nogueira e Rui Travasso, docentes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), fizeram um balanço "muito positivo" da prestação portuguesa, realçando um "claro melhoramento" dos resultados da componente teórica da equipa nacional quando comparados com anos recentes. Segundo os mesmos responsáveis, a prova experimental foi muito longa e complexa e era necessário ter grande destreza experimental para conseguir recolher e analisar todos os dados em tempo útil.

A prova foi baseada na experiência realizada por Rosalind Franklin, que resultou na descoberta da estrutura do ADN e no prémio Nobel de 1962. No entender os docentes da FCTUC, a "muito deficiente" componente experimental dos programas ministrados no ensino dificulta enormemente o trabalho de preparação dos concorrentes, exigindo muito esforço dos alunos para compensar o seu pouco à vontade num laboratório de Física.

As Olimpíadas de Física são uma actividade promovida pela Sociedade Portuguesa de Física, com o patrocínio do Ministério da Educação e da Ciência, da Agência Ciência Viva, da Fundação EDP e da Fundação Calouste Gulbenkian. O treino da equipa decorreu no Departamento de Física da FCTUC, integrado nas actividades da escola Quark de Física para jovens.

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