Teatro D. Maria II estreia-se em Avignon com António e Cleópatra

Encenador Tiago Rodrigues, o também director do Nacional, diz que esta apresentação no festival de artes cénicas francês é uma oportunidade para todo o teatro que se faz em Portugal.

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Vítor Roriz e Sofia Dias num ensaio de António e Cleópatra em Avignon ANNE-CHRISTINE POUJOULAT/AFP

O director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, apresenta António e Cleópatra, a partir deste domingo no Festival de Avignon, em França, esperando que a participação possa ser "um momento de viragem para o teatro português".

O espetáculo, interpretado por Sofia Dias e Vítor Roriz, vai ser apresentado ao longo desta semana no Théâtre Benoît-XII, marcando a estreia do encenador Tiago Rodrigues e do Teatro Nacional D. Maria II neste festival francês de artes cénicas, um dos mais importantes do mundo, cuja 69.ª edição decorre até 25 de julho.

Em declarações à agência Lusa, aquando da apresentação do projecto em Avignon, Tiago Rodrigues afirmou que a ida ao festival representava "um reconhecimento da qualidade do trabalho", o "reforço da convicção de que era urgente internacionalizar o Teatro Nacional D. Maria II" e uma oportunidade de visibilidade para o teatro português.

"É um momento que, se for feliz, pode ser de viragem para o teatro português", explicou o artista, acrescentando que "a ida a Avignon com o Teatro Nacional D. Maria e com este espetáculo é também uma afirmação de todo o teatro português numa escala de visibilidade muito grande".

Sobre o espetáculo António e Cleópatra, estreado em Dezembro de 2014, o encenador falou "numa história de amor" em que "a guerra, a violência, o poder implacável da política e da intriga estão presentes", tanto na peça quanto nas próprias personagens.

"Não são personagens inocentes e puras como o Romeu e Julieta, são pessoas que vivem de uma forma imperfeita como nós, em constante negociação entre o mundo em que gostaríamos de viver e o mundo em que realmente vivemos", disse.

António e Cleópatra é uma das peças que Tiago Rodrigues cedeu ao Teatro Nacional D. Maria II, mas que foram criadas e encenadas na companhia Mundo Perfeito, por ele fundada em 2003, com Magda Bizarro.

Em Avignon, o dramaturgo e encenador vai também participar num debate com os espectadores na próxima quarta-feira.

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