Spranger: estes auscultadores são inteligentes e sabem quando estão a ser usados

São dez os finalistas da edição 2015 do Prémio Nacional das Indústrias Criativas — e nós quisemos saber mais sobre eles. Pedro Spranger, de 16 anos, criou uma tecnologia que permite detectar se os auscultadores estão na orelha, parando ou reproduzindo o conteúdo automaticamente

Foto
David Gray/Reuters

Como definiriam o vosso projecto, um dos dez finalistas do PNIC 2015?

Os “earphones” e “headphones” são acessórios que, além de estarem na moda, são utilizados para proporcionar uma audição privada, minimizando as interferências de outras fontes sonoras. A primeira versão foi criada em 1919, melhorada em 1930 e em 1958. E por quase 60 anos os auriculares mantêm-se particamente iguais, tal qual hoje os conhecemos. Sempre que, por algum motivo, é necessário retirar os auriculares para, por exemplo, falar com alguém, temos obrigatoriamente que carregar na opção pausa do equipamento a que estão ligados, retirar o auricular e voltar a coloca-lo no ouvido, carregando no “play”. Caso contrário, perderemos o momento do que estávamos a ver ou ouvir, tendo depois que retroceder. Numa época em que a tecnologia evolui todos os dias, no sentido de se tornar mais diferenciada e intuitiva, isto não seria de esperar.

A Spranger apresenta uma solução inovadora para a resolução deste problema, ao criar uma tecnologia que, integrada com os auscultadores (earphones/headphones), permite detectar se os auscultadores estão no ouvido/na orelha ou fora. Com esta tecnologia passa a ser possível fazer com que o auscultador emita automaticamente uma ordem de pausa para o equipamento sempre que retirado do ouvido e retome o modo “play” assim que colocado de novo. Isto independentemente do conteúdo assistido (música, vídeo, ou outro), do tipo de equipamento ou aparelho (telefone, telemóvel, computador, “tablet”, leitor de mp3, rádio) e do “software” utilizado.

Foto
Pedro Spranger, de 16 anos, é o criador da tecnologia Spranger DR

Em que é que o vosso projecto difere de outros semelhantes?

Foto

Foi registada uma patente nacional, que se encontra em processo de conversão para patente internacional, o que impede a entrada de concorrentes durante 20 anos e garante uma vantagem competitiva. Com o apoio de parceiros na área do ensino superior está a ser um elaborado um protótipo funcional e respectivo manual de produção. Já foram iniciadas negociações para o licenciamento da patente com três dos principais “players” do mercado (Sony, Jabra e Apple). A intenção não passa por sermos produtores ou distribuidores, apenas pretendemos conceber soluções tecnológicas inovadoras que possam depois ser licenciadas a grandes marcas, abandonando uma óptica de concorrência em prol de uma outra de parceria de negócios e aproveitando o seu “know-how”, capacidade produtiva e distribuição instalados.

Quais as características que um vencedor do PNIC deve ter?

Como qualquer bom empreendedor é a força de acreditar que permite aos projetos tornarem-se verdadeiros vencedores. Aos olhos de alguns, a ideia que este projecto representa poderá parecer ambiciosa, mas a ambição é o “adubo” que faz a pequena ideia crescer e tornar-se um grande negócio.

A concurso estão 25 mil euros. Em que investiriam este valor?

Conversão da patente em internacional, negociação com os diversos “players”, finalização do protótipo funcional e manual produtivo e marketing e comunicação.

Quais são os objectivos para 2015?

Encontrar parceiros estratégicos, um ou mais investidores e estabelecer o primeiro contrato de licenciamento da tecnologia Spranger.

Sugerir correcção
Comentar