Cartas à Directora

O exemplo positivo de José Ribeiro e Castro

Por vezes, seria do melhor interesse para a nossa democracia, principalmente no estado lastimoso em que se encontra, dar-se bem mais atenção quando alguém dentro de um dos partidos políticos do nosso sistema esclerosado tem a coragem de sair sem ficar agarrado ao lugar. Sem se deixar amordaçar como sendo a única forma de poder ter “poder”, de lhe ser possível aparecer muito e muito, e, mais do que isso, ter uma “profissão para a vida”, a única que conseguiram ter! Estar agarrado indefinidamente à estrutura de um qualquer partido, sem vontade própria, obedecendo ao que “manda” o chefe da ocasião.

Mesmo no caso de José Ribeiro e Castro, que já foi líder do Partido do qual agora e muito bem saiu pelo seu pé, por não aceitar estar calado. Por não aceitar estar às ordens dos que não têm mais vida para além do partido, e por isso lá se deixam ficar, sem terem outra forma de estar.

José Ribeiro e Casto não é o único - felizmente - que nestes 40 anos de Democracia – que hoje está muitíssimo decadente – temos visto sair por ter independência. (...) Por não quererem, e bem, “não ter opinião”.

A Democracia não pode ser “feudo” de uns quantos que, trepando pelos jotinhas e depois pelos jotas, chegam ao topo de cada partido e fazem com que todos que os não querem, por si, pensar e actuar lhes obedeçam. E ficámos neste preparo em que nos encontramos, com uma Democracia muito coxa, que se move sempre em torno dos mesmos, todos em rodopio para não perderem o lugar, mesmo que sem qualquer senso.

E com a maioria dos meios de comunicação social sem voz, nem agenda própria, unicamente com a passagem de clamor dos mesmos – mais dos mesmos - que nos partidos de sempre, sempre falam, dizendo cada vez menos. E falam todos de tudo, mas de nada sabem falar, pelo que nada dizem. E ficamos em círculos, rodando sem tino e sem destino.

E quando figuras como José Ribeiro e Castro, que é o caso mais recente e decente, saem do seu espaço de conforto e batem com a porta, sejam do CDS, do PPD, do PS do PCP ou até do Bloco, o fazem, merecem os nossos parabéns e até a nossa admiração.

Poucos mas bons e exemplos positivos para o nosso País, para a nossa Democracia. Para o nosso futuro!

Um abraço a José Ribeiro e Castro, e viva a transparência e a independência!

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

 

O PÚBLICO ERROU

Por lapso, na crítica ao espectáculo Muro, da Palmilha Dentada, foi dito que Raúl Constante Pereira trabalha regularmente com o Teatro de Marionetas do Porto. Quem trabalha regularmente com o Teatro de Marionetas do Porto e tem peças expostas no Museu das Marionetas é Júlio Vanzeler.

Na edição de domingo, o artigo “Condução sob o efeito de substâncias psicoactivas” (Opinião, pág. 54) saiu com uma fotografia de um outro autor, João Rocha Almeida, e não do seu verdadeiro autor, o médico psiquiatra Rocha Almeida, cuja fotografia aqui se reproduz. Pela troca, involuntária, pedimos desculpa aos visados e aos leitores.

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