Carlos César vincula abstencionistas a vitória da direita

Presidente do PS foi ao Congresso Regional dos socialistas madeirenses responsabilizar os abstencionistas se o PSD/CDS vencerem as legislativas.

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Carlos César responsabiliza política da República pelo desemprego nos Açores Adriano Miranda (arquivo)

O presidente do PS, Carlos César, responsabilizou ontem os abstencionistas se a coligação PSD/CDS vencer as eleições legislativas de Outubro.

“Se amanhã o país ainda ficar pior do que está, porque continua o Governo que tem piorado sucessivamente o país, isso só se deverá à vontade dos cidadãos que não exerceram o seu direito de voto”, afirmou o presidente dos socialistas, no discurso de encerramento do XVII Congresso do PS-Madeira, no Funchal, que confirmou Carlos Pereira como novo líder regional.

César, que defende o voto obrigatório, pediu aos indecisos para a assumirem as responsabilidades de cidadania nas próximas legislativas. “Se temos maus políticos é porque os portugueses querem, se temos más políticas é porque os portugueses querem”, sublinhou, lançando o desafio aqueles que “estando na dúvida” preferem não votar.

“É a eles que lançamos, com muita clareza, este desafio, o de assumirem as suas responsabilidades como cidadãos”, acrescentou Carlos César, que substituiu António Costa no encerramento da reunião magna dos socialistas madeirenses, estabelecendo como prioridade do partido a liderança na recuperação da confiança entre a política e os eleitores.

Uma confiança, reconheceu, que tem sido abalada por episódios que envolvem políticos e partidos, daí a necessidade de “expurgar fenómenos que ainda são recorrentes” como o abuso de poder, a corrupção, a gestão danosa, a destruição de sectores e recursos públicos e a confusão entre Governo e partido.

As críticas ao Governo foram a tónica do discurso de Carlos César, que lembrou as promessas não cumpridas de Passos Coelho sobre a não subida de impostos e a destruição de 400 mil empregos para concordar com os estudos de opinião que têm sido publicados.

“O Primeiro-ministro acabou, por circunstâncias tristes, por ter um julgamento inequívoco, por parte dos inquiridos. A palavra que mais lhe atribuíram como qualidade, ou falta dela, foi a de mentiroso.”

Já o PS, apresenta-se aos portugueses com propostas que “foram testadas” e que representam um compromisso com a “salvaguarda” das finanças públicas. “É esse o nosso compromisso nacional, seguir um caminho que exclua a bancarrota do Estado, tal como exclua a bancarrota das famílias”, afirmou, acrescentando que há ainda muita despesa “inútil” que precisa de ser cortada, como também há muita despesa “útil” que tem de ser feita.

Para o PS-Madeira, e para o novo líder Carlos Pereira, César deixou uma mensagem de esperança, numa altura em que os socialistas madeirenses tentam levantar-se da pesada derrota nas últimas regionais. “É importante acertar o PS como uma nova geração de ideias”, vincou, definindo Carlos Pereira como “interprete” e líder de um “novo ciclo da vida do PS-Madeira”.

Economista, militante do partido há apenas três anos, Pereira garantiu uma lista de candidatos a São Bento em linha com a nova estratégia do partido – confiança, competência e credibilidade -,e sai reforçado do Congresso, conseguindo chamar históricos do partido, há muito afastados, e novos militantes, até aqui independentes.  

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