Chamusquem-nos

São os comentadores que dizem as grandes verdades.

Os comentadores do PÚBLICO têm de ser lidos. Às vezes exageram e são injustos mas o mais certo é não gostarem de nós ou do que nós escrevemos. Têm razão: amaldiçoam o tempo que perderam a ler-nos.

Mesmo os que nos odeiam e pensam que somos uns vendidos têm razão numa coisa: nós somos pagos para escrever e muitas vezes esquecemo-nos desse privilégio, cada vez mais raro. Os comentadores escrevem de graça. A graça é hoje e estupidamente muito mal traduzida como borla. Na verdade a graça é uma maneira humana de atingir (e merecer) o estado de graça que é o divino.

trolls, claro, tal como há excessos de censura na moderação mas, tudo bem medido sem ser ressentido, o sistema do PÚBLICO é o melhor e mais legível de todos os sites de jornais que conheço.

Na reportagem de António Rodrigues sobre a crueldade psicopática dalguns selvagens habitantes da aldeia de Mourão que acham engraçado (sem graça alguma) queimar e assustar um gato que foi estupidamente torturado só por ser gato, as melhores reacções são as dos comentadores.

A peça chama-se "GNR abriu inquérito por causa do gato de Mourão que afinal não morreu queimado". Sai-se bem a honrosa GNR, cada vez mais protectora dos animais. Mas são os comentadores que dizem as grandes verdades.

Os tempos mudaram. Já há vezes, como esta, em que os jornais dizem o que aconteceu e os leitores que se dão ao trabalho de escrever comentários bem escritos, explicam e esclarecem, sem papas na língua, quem tem culpa.

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