Costa não fecha porta a aumento da idade da reforma

Líder do PS lembra que actual lei já admite a evolução da idade da reforma.

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António Costa pretende ser presidente da AML Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que não tenciona “mexer na lei” da Segurança Social depois de questionado sobre a possibilidade de subida da idade da reforma. Pouco tempo depois, na entrevista à estação televisiva SIC, a resposta não foi taxativa, uma vez que o líder socialista referiu o facto de a lei em vigor permitir já a revisão desse número. “Nós não vamos mexer na lei. Aplicar-se-á a fórmula que está aprovada desde a reforma de 2007 que prevê, como sabe, a evolução da idade da reforma em função do factor de sustentabilidade em função da esperança de vida”. O líder do principal partido da oposição não fecha assim a porta à eventualidade da idade de reforma poder vir a subir nos próximos anos.

Outra matéria em que evitou assumir um compromisso claro foi em relação aos impostos. Sobre o IRS, António Costa admitiu a intenção de a progressividade mexendo nos escalões de impostos. Com o argumento de que era necessário “permitir à classe média respirar de novo”. Mas não quis balizar essa alteração com a justificação de que só poderia “desenhar os escalões” depois de ter acesso à “informação fina” que só a “máquina fiscal” detém.

Sobre a mais recente sondagem – que colocou pela primeira vez a coligação governamental à frente do PS nas intenções de voto –, o ex-presidente da Câmara de Lisboa desvalorizou os números com a ideia de que “grande parte das pessoas determina o seu sentido de voto no final da campanha eleitoral”.

Durante a maior parte da entrevista, o líder do PS aproveitou para insistir na ideia da prioridade do emprego. "Temos de ter políticas de criação de emprego e eliminar a precaridade", disse por mais de uma vez. E reiterou outra das suas ideias-chave, de que o “relançamento da economia depende de devolver às famílias rendimento”. Foi assim que justificou a descida da TSU para os trabalhadores – onde aproveitou para dizer que não era garantido que a redução temporária por si proposta tivesse que resultar inevitavelmente numa perda no valor posterior da pensão – e a não descida do IRC para as empresas.

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