O Porto pode ser uma cidade melhor, uma app de cada vez

Entre os dias 26 e 27 de Junho, o "Hackacity" desafia programadores, designers e criativos a arranjar, em maratona de 24 horas, soluções práticas para problemas da cidade

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Kai Pfaffenbach

Há dez anos ninguém adivinhava a necessidade, mas hoje queremos e precisamos de aplicações móveis, seja por motivos profissionais ou lúdicos. Em 2010, e em virtude desta dependência, a revista “Wired” fez o enterro da “world wide web”, assinalando a mudança de paradigma na internet: menos pesquisa, mais resultados directos. Anos depois, as aplicações móveis estão mais omnipresentes — e omniscientes, se formos cépticos — do que nunca e já é possível, por exemplo, consultar o email abrindo uma app no relógio de pulso. Está esse entusiasmo a gerar melhores cidadãos e mais cidadania?

A 7Graus acredita que sim. Em parceria com a Câmara Municipal do Porto (CMP), a empresa sediada em Matosinhos organiza, na próxima sexta-feira, dia 26, o "Hackacity" Porto. O objectivo, condensado em 24 horas seguidas de intenso trabalho no Porto Design Factory, é melhorar a vida de quem mora ou visita a cidade.

Os dados brutos — inéditos nas áreas de mobilidade e ambiente — que tornarão isso possível são fornecidos pela autarquia e depois cabe aos programadores e designers que aceitem o desafio (a inscrição é gratuita) a tarefa de criar uma aplicação “web” ou “mobile”. Que pode servir para denunciar um problema ou simplesmente encontrar um café com wi-fi, por exemplo. No final da maratona, pelas 18h30 de sábado, 27, há prémios para as três melhores equipas.

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“Mais importante do que ter algo palpável e concreto são as ideias. Mesmo que não seja 100% funcional, pelo menos ainda”, diz Rui Marques, CEO da 7Graus, ao P3. O objectivo é que o "Hackacity" seja “um ponto de partida” que possa, “a partir dos dados e da tecnologia, chegar a soluções que façam sentido” e que efectivamente melhorem a vida de quem está no Porto.

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E dá um exemplo: “Durante algum tempo, a CMP recolheu informação de tráfego a partir de dispositivos instalados em carros da autarquia, calculando padrões de trânsito. Podem surgir ideias que intervencionem esse problema” porque é possível saber em que dias e em que horas uma determinada rua tem mais carros a circular. “Temos os dados, temos a tecnologia. Faltam as pessoas para implementar soluções”, resume.

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