Monstros & companhia

Não se descobre nada de novo em Mundo Jurássico, mas a eficácia não precisa de originalidade.

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Não vale a pena ir mais longe, está aqui a diferença entre um franchise corporativo que segue à risca um acordo quinquenal (como o interminável “Marvelverso” de super-heróis) e uma sequela controlada com cabeça e mão de ferro pelo criador original.

Mundo Jurássico

atém-se a um caderno de encargos muito claramente imposto com rédea curta por Steven Spielberg, quer no classicismo com que o filme dispõe as suas peças (levando o tempo necessário para estabelecer personagens e situações mesmo para quem não conhece o original), quer na ideia de que o espectador tem de se interessar pela história e pelas personagens e que não basta só o espectáculo.

É por isso pena que a história de Mundo Jurássico nada traga de novo (é basicamente Parque Jurássico outra vez, com mais gente e mais dinossáurios) e que Colin Trevorrow, oriundo do meio indie, não traga especial personalidade à tarefa de que foi incumbido. Mas esse acaba por ser também um dos prazeres de um filme que assume abertamente o seu lado “de género”: ver como se reciclam e recriam as fórmulas e figuras obrigatórias do caderno de encargos. Aí Mundo Jurássico cumpre com distinção, com uma dimensão de “filme de monstros clássico” que não é de deitar fora e com um belo par de cinema em Chris Pratt e Bryce Dallas Howard.

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