Bolt precisou de suar para impor a sua lei nos 200m

No meeting de Nova Iorque, da Liga de Diamante, o velocista jamaicano ficou longe de baixar da fasquia dos 20 segundos.

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Al Bello/AFP

Nova Iorque e o seu Estádio Icahn acolheram mais uma reunião da Liga de Diamante de atletismo, ao início da noite, com destaque para o regresso de Usain Bolt ao mais visível circuito de meetings internacionais, celebrado com uma vitória.

Não foi o jamaicano quem obteve o melhor resultado em termos técnicos, mas a popularidade de Bolt coloca-o sempre no centro das atenções, especialmente agora, quando vários atletas têm colocado em questão a sua superioridade global na velocidade. O caribenho, no entanto, fez o que por agora é o essencial: ganhou, na distância de 200 metros, sendo certo que o painel de opositores não era o mais forte que se poderia imaginar para este meeting.

Depois de, em Ostrava, a 26 de Maio, ter feito 20,13s em condições difíceis, neste sábado o objectivo de Usain Bolt era correr abaixo dos 20 segundos. Não o conseguiu, ficou longe, mas evitou a derrota numa prova muito mais apertada do que era esperado. Isto porque um seu colega de treino de 19 anos de idade, Zharnel Hughes, que por agora compete por Anguila, manteve-se sempre a seu lado na pista dois, “desrespeitando” o grande Usain, colocado na pista cinco. Bolt foi obrigado a levar a sério os últimos metros para se impor e evitar o que seria um escândalo, mas, contra um vento a 2,8 metros/segundo, concluiu em 20,29s, três centésimos adiante de Hughes.

Outro regresso, neste caso após lesão, foi o do recordista mundial dos 800m, David Rudisha. Esta prova teve também um final feliz, mesmo tendo o queniano arriscado bastante, pois passou destacado aos 600m em tempo de fazer a melhor marca mundial do ano. Nos derradeiros metros, permitiu a recuperação do americano Boris Berian (1m43,84s) e do francês Pierre-Ambroise Bosse (1m43,88s) para vencer com 1m43,58s, a dois centésimos da liderança mundial de 2015, do etíope Mohamed Aman.

O vento forte e irregular que se fez sentir na Ilha de Randall acabou por prejudicar quase todas as provas, mas não foi isso que incomodou a nova vedeta do triplo salto, o cubano Pablo Pichardo, que apenas necessitou de dois saltos, a 17,54m e 17,56m, para se impor largamente.

Cedo na sessão, numa corrida fora do programa da Liga de Diamante, o sul-africano Wayde van Niekerk triunfou com o brilhante recorde nacional de 44,24s nos 400m, passando a deter o segundo melhor registo mundial do ano. Mais adiante, na mesma prova feminina, a americana Francena McCorory fixou a melhor marca global da época (49,86s).

O líder mundial do peso, Joe Kovacs, venceu na sua disciplina com 21,67m e mostrou que os americanos não querem abrir mão da sua superioridade no evento.

Na vara feminina, só o número de ensaios desemparelhou, a 4,80m, a brasileira Fabiana Murer da grega Nikoleta Kiriakopoulou, tendo a helénica, segunda, igualado o recorde nacional fixado neste Inverno indoor.

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