A insuportável apatia da ONU

Dez anos depois da primeira denúncia, a ONU não foi capaz de tomar medidas eficazes para prevenir a ignomínia: capacetes azuis enviados para ajudar as populações continuam a explorar sexualmente mulheres e menores de idade. Ou seja, como se já não bastasse o imenso sofrimento a que estão sujeitos, sabe-se agora que os mais pobres do planeta ainda têm que suportar a violência de uma “transacção sexual” em troca de comida ou medicamentos. A expressão entre aspas consta do relatório do Gabinete de Assuntos Internos da ONU (ver pág. 26) focado em missões no Haiti e na Libéria, o qual revela uma realidade no mínimo preocupante: que casos deste tipo continuam a acontecer, apesar de a sua existência ter sido denunciada pela primeira vez há dez anos e de a própria organização se ter comprometido a tomar medidas e a punir exemplarmente os abusadores. A continuar assim, a reputação da ONU será seriamente comprometida.

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