Petição quer travar tourada marcada para domingo em Leiria

Petição online pretende combater a "tortura em nome do entretenimento". Mais de 1200 pessoas já assinaram

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Nelson Garrido

Mais de 1200 pessoas já assinaram uma petição na internet contra a primeira corrida de toiros de Santa Eufémia, Leiria, iniciativa que pretende combater a "tortura em nome do entretenimento".

Na petição, dirigida ao presidente da Câmara de Leiria e ao presidente da União de Freguesias Santa Eufémia e Boa Vista, lê-se que a "ciência reconhece, inquestionavelmente, a maioria dos animais — incluindo cavalos e touros — como seres sencientes, capazes de sentir dor e prazer, físicos e psicológicos, bem como sentimentos de medo, angústia, stress e ansiedade". Em causa está uma corrida de toiros agendada para domingo, naquela freguesia.

Além disso, os subscritores dizem que, em Portugal, as touradas gozam de um "injustificado regime de excepção legal, uma vez que o n.º 2 do artigo 3.º da Lei n.º 92/95 admite que 'é lícita a realização de touradas, sem prejuízo da indispensabilidade de prévia autorização do espectáculo nos termos gerais e nos estabelecidos nos regulamentos próprios', contradizendo, frontalmente, com o n.º 1 do artigo 1.º da mesma lei, que declara que 'são proibidas todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal' — o que é, manifestamente, o caso das touradas".

Perante isto, os subscritores requerem àqueles dois presidentes que "não permitam que estas práticas aconteçam nas freguesias/município que representam, pois, ao contrário de as dignificarem, as denigrem aos olhos dos cidadãos leirienses e portugueses, pois violam deveres elementares no que respeita ao relacionamento com os animais, além da própria dignidade e evolução humana".

Os subscritores recordam ainda que a "maioria da população portuguesa é contra a tauromaquia, conforme mostra um estudo realizado em 2007 pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE" e salientam não existir um "único argumento que permita validar que a tortura em nome do entretenimento seja aceitável em termos éticos ou morais". "Em pleno século XXI, as touradas são tradições que não são aceitáveis em termos de evolução de um povo", concluem.