Galp associa-se ao BG Group para explorar petróleo no México

Petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva está pré-qualificada para o leilão de blocos petrolíferos no Golfo do México.

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A exploração de petróleo no México esteve vedada a privados ao longo dos últimos 80 anos AFP PHOTO

A Galp associou-se ao BG Group para participar no leilão de blocos petrolíferos no México. O consórcio formado pela petrolífera portuguesa e pelo grupo britânico que vai ser comprado pela holandesa Shell é um dos sete que se pré-qualificaram para a “ronda um” do leilão promovido pelo Governo mexicano, segundo dados da Comisión Nacional de Hidrocarburos (CNH) do México consultados pelo PÚBLICO. A data de abertura das propostas está prevista para dia 15 de Julho.

A Galp já tinha sido incluída numa lista de 34 empresas pré-qualificadas pela CNH para participar neste leilão de 14 blocos petrolíferos no Golfo do México (de um total de 41 empresas que pediu acesso ao caderno de encargos). A novidade é que agora surge associada ao grupo britânico, de quem já é parceira em projectos do pré-sal brasileiro.

Contactada, a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva reconhece que está a analisar operações “com potencial que se encaixem na sua estratégia de diversificação de participações” e que “as diversas oportunidades que se irão abrir no México nos próximos tempos encaixam-se no perfil estratégico” da Galp. “Foi nesse sentido que a empresa se posicionou para poder entrar nos processos de licitação que se encontram em preparação”, disse ao PÚBLICO fonte oficial da Galp, descartando, porém, comentar “processos específicos em que [a companhia] pretenda ou não apresentar propostas”.

Além do consórcio Galp/BG Group México, nas listas da CNH surgem outros seis, que agrupam um total de 18 empresas, das quais quatro norte-americanas, três argentinas e três mexicanas. É por exemplo em associação com as norte-americanas Noble Energy e CASA Exploracion que a italiana ENI (accionista da Galp e parceira para a exploração de petróleo no Alentejo) surge nesta lista. Já a Shell, que numa primeira fase foi uma das empresas pré-qualificadas para o processo de licitação, deixou de estar nas listas da CNH. Um facto que poderá estar relacionado com o processo de aquisição do BG Group – o negócio de 64 mil milhões de euros foi anunciado em Abril e considerado o maior da década no sector petrolífero.

Além dos sete consórcios, há ainda 26 empresas pré-qualificadas individualmente, num processo que despertou o interesse de várias petrolíferas norte-americanas, mas também tailandesas, australianas, chinesas, russas, dinamarquesas e norueguesas, entre outras.

A Galp, que ainda no mês passado anunciou uma nova descoberta de petróleo no Brasil, pretende encontrar novas oportunidades de investimento que preparem o período posterior a 2020 e o decréscimo de produção de alguns dos recursos que já estão a ser explorados.

A abertura do mercado mexicano, ao fim de oito décadas fechado à iniciativa privada, dá-se num cenário de diminuição da produção, apesar de o país continuar no ranking dos maiores produtores mundiais. Segundo o relatório anual da BP sobre o mercado de energia, divulgado na quarta-feira, a produção mexicana totalizou os 2,78 milhões de barris diários no ano passado, uma diminuição de 3,3% face a 2013.

A Pemex, companhia estatal de petróleo mexicana, anunciou recentemente cinco novas descobertas de petróleo, que considerou “o maior sucesso na actividade de exploração nos últimos cinco anos. Segundo noticia esta quinta-feira o Financial Times (FT), o anúncio foi pelo presidente da Pemex, Emilio Lozoya, numa conferência sobre petróleo e gás, na Cidade do México.

Os blocos que serão licitados no primeiro leilão de petróleo e gás no México situam-se na mesma zona onde a Pemex efectuou as suas descobertas, refere o FT. “A confirmação de 200 mil barris adicionais são boas notícias para a Pemex, para a indústria e para o país”, afirmou Lozoya.

A “ronda um” dos novos investimentos petrolíferos no México iniciou-se no final do ano passado. Numa segunda ronda, em Novembro, estarão a concurso nove campos offshore e, numa terceira fase, 26 campos petrolíferos terrestres.

 


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