Perto de 200 crianças exploram a A Origem de BUM hoje no CCB

A Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo volta ao Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para festejar as artes e as palavras.

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enric vives-rubio

Um coro de 170 crianças (dos seis aos dez anos), um ensemble musical (professores e músicos), 15 bailarinas e um narrador compõem o espectáculo A Origem de BUM, que envolve toda a comunidade da Escola de Música de Nossa Senhora do Cabo, de Linda-a-Velha. Vão actuar no Centro Cultural de Belém, no dia 10 de Junho, às 18h30.

No ano passado, no dia 1 de Junho, o Grande Auditório encheu-se para assistir à representação de Rua. Este ano, professores, pais e crianças esperam que o mesmo aconteça.

Carolina Gaspar, 29 anos, autora do texto e professora de Classe de Conjunto (coro), descreve assim a história que escreveu: “Vindo de Abecedúrio, um planeta perto de Mercúrio, o B, outrora simples letra do abecedário, acabaria por se tornar uma figura ilustre da história da humanidade! Tudo começou quando todas as letras acabavam de comer sopa de letras e se preparavam para fazer uma sesta. Se o B não tivesse ido dormir, nunca teria acontecido o que aconteceu…”

Nuno Henriques, 37 anos, que compôs as músicas e é professor de Análise e Técnicas de Composição, diz ao PÚBLICO sobre a concepção do espectáculo: “Foi uma combinação de condições interessantes e desafiantes. Nunca tinha feito um projecto com esta dimensão e de duração tão longa. Mais de meia hora com música infantil que também será escutada por adultos.”

Este músico de origem madeirense diz-se “satisfeito com o espectáculo, com a ajuda dos professores e o empenho dos alunos”, mas sente-se “triste com a forma como as artes continuam a ser tratadas em Portugal”.

No palco, o que se irá passar será mais ou menos assim, desvendou Carolina Gaspar, natural de Leiria: o coro infantil irá cantar (e contar) a história, acompanhado pelo ensemble instrumental de cordas, sopros, percussão, harpa e piano. O narrador irá dando conta da sucessão dos episódios e “cada criança terá um livro que se irá abrir em cada interlúdio”. Os pedacinhos de imagens irão funcionar como peças de um puzzle, que, no conjunto, formará uma espécie de “led humano”. Sempre que se virar uma página do livro, “uma nova imagem aparecerá para ilustrar a história”. A coreografia é assinada por Cláudia Finote e os cenários por Margarida Rêgo e Catarina Vasconcelos.

Um pouco do texto que será cantado: “Por esta altura, e apenas com uma simples conversa sobre o lanche que incluía baguete, batido de banana e biscoitos, o B já estava muito cansado e com a língua de fora. Não é fácil dar tantos pulos seguidos… pelo menos, para um B. Já imaginaram o que é ter duas barrigas?!”

O empenho das famílias

O porquê da ligação do dia 1 Junho ao dia 10 é justificado assim pela professora: “A data prende-se com a comemoração do Dia da Criança e também devido ao feito histórico e nacional em que a nossa personagem se tornou ao dar origem à criação de uma palavra, tornando-se D. B IV de Portugal, ‘o Bravo’.”

Carolina Gaspar realça o papel das famílias na realização dos projectos musicais que orienta na escola de Linda-a-Velha, em que ninguém se queixa de não ter tempo para estudar outras matérias: “A arte tem lugar na casa destas famílias e é uma prioridade dar às crianças uma educação com arte, uma educação dos sentidos. As dezenas de famílias envolvidas participam empenhadas e colaboram em tudo o que lhes é solicitado.”

Valoriza ainda que tudo isto se faça “em parceria, com partilha, amizade e um objectivo claro: tornar as crianças felizes”.

E lembra que os intervenientes não esquecem os que os move e une: “As artes.” Como um puzzle, em que, “juntos, somos mais fortes”. Dito de outra forma: “B+1=BUM.”

A Origem de BUM

Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, dia 10 de Junho, às 18h30. Para maiores de três anos. Bilhetes de 5€ a 16€

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