Dia Mundial dos Oceanos

Vamos juntar-nos pelo nosso oceano – não apenas no Dia Mundial dos Oceanos, mas todos os dias.

Não é exagero dizer que dependemos do oceano para a nossa própria existência. Regula o nosso clima e a nossa meteorologia, gera metade do oxigénio que respiramos, e é fonte de alimento e rendimento para milhares de milhões de pessoas. O nosso destino está indissociavelmente ligado ao destino do oceano, e o oceano enfrenta grandes problemas.

Muitos dos recursos de peixe a nível mundial estão a esgotar-se, e continuam a ser objecto de sobrepesca. A própria química dos oceanos está a mudar, tornando-se mais ácida devido ao carbono que libertamos para a atmosfera. Esta é a má notícia. A boa notícia é que estes problemas podem ser resolvidos. Contudo, a solução requer acção da parte de todos nós – individualmente e em conjunto.

Os temas do oceano têm-se tornado centrais a nível mundial desde que o Secretário de Estado John F. Kerry organizou a primeira conferência Our Ocean. Essa conferência suscitou acção da parte de chefes de estado, cientistas, filantropos, e ONGs com objectivo de proteger este recurso precioso.

Como parte desta onde de acção em prol do oceano, o Presidente Obama estabeleceu a maior área marinha protegida (AMP) do mundo. Gabão, Reino Unido, Palau e Bahamas, entre outros, comprometeram-se recentemente a definir e reforçar novas AMPs.  Ao trabalharmos de perto com outros governos e ONGs, estamos a explorar novas tecnologias para monitorizar e impor a proibição de pesca nas AMPs.

Estamos também a desenvolver um sistema para impedir que o marisco e o peixe pescado ilegalmente entre nos EUA, ao controlar toda a cadeia de abastecimento – desde a pesca ou explorações aquícolas até ao mercado. Visto que somos um dos maiores importadores de peixe e marisco, este programa de rastreabilidade deverá levar a uma diminuição significativa da pesca ilegal, em todo o mundo. Estamos também empenhados na entrada em vigor do Acordo sobre medidas do Estado do porto, um novo tratado internacional que iria impedir que os frutos do mar apanhados ilegalmente entrassem na rede comercial. Estas medidas irão ajudar a atingir um patamar de igualdade para aqueles que seguem as regras e gerem os recursos marinhos de forma sustentável.

Ao mesmo tempo que estamos a tirar demasiado peixe do oceano, estamos a introduzir demasiado lixo plástico. Os produtos plásticos são o máximo da ironia. Muitos são fabricados para uma única utilização de curto prazo, mas mantêm-se como lixo durante séculos. Quando não é tratado de forma correcta, o lixo plástico acaba por chegar aos nossos cursos de água, e por fim até ao oceano, onde enreda as criaturas marinhas e destrói habitats. Especialistas estimam que em 2025 haverá no oceano uma tonelada de plástico por cada três toneladas de peixe.

Precisamos reduzir a quantidade de lixo plástico que produzimos, melhorar os sistemas de recolha e gestão de resíduos, e reutilizar e reciclar plásticos. Projectos de produção de energia a partir de resíduos e inovações na área da reciclagem são muito promissores. Há empresas que também andam a estudar formas de reduzir embalagens de plástico e criar uma “economia circular” em que todas as partes do produto podem ser reutilizadas.

Para além de introduzirmos plástico no oceano, estamos também a adicionar carbono. O oceano tem absorvido 30% de todo o dióxido carbono libertado para a atmosfera desde o início da revolução industrial, levando a que esteja 26% mais ácido do que era nos tempos pré-industrial. A acidificação do oceano pode prejudicar vários organismos marinhos incluindo ostras, ameijoas, corais e plâncton. Em colaboração com parceiros em todo o mundo, estamos a aumentar a monitorização da acidificação dos oceanos. O nosso empenho para alcançar um ambicioso e duradouro acordo internacional na reunião da ONU sobre o clima, que terá lugar em Paris ainda este ano, deverá contribuir substancialmente para proteger estes recursos e as pessoas que deles dependem.

O mundo irá reunir-se novamente em Outubro quando o Chile acolher a próxima conferência Our Ocean, mas proteger o oceano não é apenas um trabalho para os governos. Quer se viva junto da costa ou a quilómetros da praia mais próxima, todos temos que agir. Andar com um saco reutilizável, comer apenas marisco sustentável e ir de bicicleta para o trabalho reduzem a pegada de carbono e podem fazer uma grande diferença quando milhões de pessoas fizerem a sua parte. Vamos juntar-nos pelo nosso oceano – não apenas no Dia Mundial dos Oceanos, mas todos os dias.

Subsecretária de Estado Norte-americana para o crescimento económico, energia e ambiente, Departamento de Estado dos EUA

 

 

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