Jonathan Franzen revela pormenores de Purity

Purity é o nome de uma rapariga e há uma morte no livro. Resumo de uma conversa sobre o romance com lançamento mundial em Setembro

Foto
Joe Stevens/Retna Ltd.

“Há um assassínio”, revela Jonathan Franzen sobre o seu próximo romance, Purity, que terá lançamento mundial em Setembro.

Com mais de 500 páginas, o livro contém elementos realistas como os anteriores Correcções (D. Quixote, 2003) e Liberdade (D. Quixote, 2012), mas andará mais próximo do chamado pós-modernismo, com mais aventura e um jogo de identidades mais complexo. As revelação foram feitas pelo norte-americano numa conversa com a jornalista e crítica do Salon, Laura Miller, na abertura da última edição da Book Expo America, BEA, que terminou no passado sábado em Nova Iorque.

Ao revelar a morte que desencadeia parte da acção, o escritor assegurou que não está a pôr em causa a leitura do romance uma vez que essa parte foi escolhida para ser publicada na mais recente edição da revista New Yorker no que será uma antevisão do que se poderá ler na íntegra apenas a partir de Setembro. Depois da notícia do título, da publicação da capa, esta é mais uma acção estratégica para alimentar a curiosidade sobre um dos mais mediáticos autores norte-americanos que criou à sua volta culto depois de Correcções.

O romance é em parte escrito a partir da perspectiva de uma jovem mulher, Purity - apelidada de Pip. "Tive desde muito cedo a ideia de escrever sobre uma jovem dissidente alemã", disse sobre o tempo que lhe levou a apurar a ideia. A mulher que nos anos 50 queria tornar-se americana acabou por ficar no bloco e evoluir para alguém com uma identidade diferente, "não sei de onde veio", declarou e na conversa apressou-se a dizer que o livro terá outros protagonistas. "Seria bizarro eu escrever um livo inteiro unicamente na com a voz de uma rapariga", sublinhou, acescentado: "Custa-me ter de frizar que metade do livro está escrito numa perspectiva masculina."

Além de Purity, a rapariga que dá o nome ao romance, Franzen fala em quatro protagonistas e garante que desta vez deu mais atenção à história do que ao enredo, ao contrário do que acontecera nos romances anteriores. "A história interessa-me mais. Construir um enredo é fácil, contar bem uma história não." Uma ideia que surgiu na sequência de outra afirmação, a de que à medida que vai escrevendo, um escritor tem cada vez mais dificuldade em fazer algo novo, original. "Houve momentos em que a escrita deste livro me perturbou", confessou, declarando que a sua preocupação era a de que o leitor continuasse a ler, mantê-lo agarrado. Quanto à pergunta mais incómoda feita por Laura Miller, e que surge na sequencia de alguma polémica à volta de algumas posições públicas do escritor - "é misantropo?" - Franzen respondeu: "Não, claro que não. Porque é que me faz essa pergunta?"

Foto
Depois da notícia do título, da publicação da capa, esta é mais uma acção para alimentar a curiosidade sobre um dos mais mediáticos autores americanos

São conversas à volta de um livro que quase ninguém ainda conhece e que chega a Portugal ao mesmo tempo em que é publicado nos Estados Unidos. Em Setembro, mais uma vez pela D. Quixote.

Sugerir correcção
Comentar