Rimar com sucessão e corrupção

Para os dicionários, “federação” é uma “união, sob uma autoridade comum, de vários sindicatos, clubes desportivos, associações”. Também pode ser uma associação de Estados, com um Governo central, mas não foi desse tipo de “federação” que se falou nestes últimos dias. Por isso, vamos à bola. De futebol, bem entendido. Porque há outros desportos com esféricos de diferentes tamanhos. E interesses.

No dia 27, noticiou-se: “Detenção de sete responsáveis da FIFA tem como alvo futebol na América Latina”. A Federação Internacional de Futebol viu serem acusadas de corrupção pela justiça norte-americana 14 pessoas da sua associação. Entre elas, nove altos responsáveis. “América Latina está no centro das atenções, mas investigações atingem Mundiais na Rússia e Qatar”, escreveu-se no PÚBLICO.

As operações aconteceram na véspera da conferência anual da FIFA e a dois dias das eleições para a sucessão do seu actual presidente, que ali está instalado desde 1998. Se o universo fosse a política, chamar-se-ia “dinossauro” a Joseph Blatter.

No dia de fecho da Revista 2, havia manobras para que este não se recandidatasse e para que as várias federações internacionais votassem no seu adversário, o príncipe jordano Ali bin al Hussein.

A manobra maior era a de que o “dinossauro” se demitisse e as eleições fossem adiadas por seis meses. Aí, a protagonista era a UEFA, que tem como presidente Michel Platini. Em seis meses, todos nos esqueceríamos disto.

Ainda se admiram que há quem “não vá à bola” com a bola. De futebol, bem entendido. 

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