Vasco Uva merecia muito mais de Portugal

No jogo 100 do terceira-linha português, a selecção nacional sofreu uma humilhante derrota no Quénia, por 41-15

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Luís Cabelo

O jogo deveria ter ficado na história do râguebi português pela histórica marca dos 100 jogos atingida por Vasco Uva, mas a viagem de Portugal ao Quénia ficará também na memória como uma das mais desprestigiantes derrotas de uma selecção nacional. Após um Torneio das Seis Nações medíocre, a equipa portuguesa viajou até Nairobi e conseguiu fazer ainda pior: com uma exibição paupérrima, Portugal foi batido por claros 41-15 pela aguerrida, mas limitada equipa queniana.

 

Praticamente sem treinos de preparação, Portugal apresentou-se no Quénia com muitas ausências e uma mão cheia de jogadores que há muito tempo estavam afastados das convocatórias nacionais e este cocktail revelou-se explosivo: sem rotinas, o conjunto português falhou em quase todos os capítulos e escreveu mais uma página negra no râguebi nacional.

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Contra o modesto 32.º classificado do ranking da World Rugby, atrás de Ucrânia e Moldávia, por exemplo, Portugal surgiu em campo com uma atitude passiva e os quenianos, muito mais agressivos na disputada da bola, agradeceram e aos 20 minutos já tinham marcado, com justiça, dois ensaios (14-0).

 

Com Gonçalo Uva surpreendentemente a “8” – Filipe Pereira ficou no banco – e Anthony Alves preterido do XV, Portugal foi quase sempre dominado nas formações-ordenadas e pertenceu aos africanos o domínio territorial, mas perto da meia hora, na primeira vez que conseguiu construir uma plataforma de ataque no meio campo oposto, Portugal chegou ao ensaio por António Ferrador, após uma jogada em que a bola circulou entre os três-quartos (14-7).

 

Pouco depois, Yannick Ricardo, um dos regressos à equipa, reduziu a diferença para quatro pontos, mas antes do intervalo o Quénia aproveitou uma das muitas faltas cometidas pelos portugueses para fixar o resultado em 17-10 no final dos primeiros 40 minutos.

 

Se o primeiro tempo tinha sido pouco convincente a nível exibicional, a segunda parte foi o descalabro absoluto. Sem atitude, a equipa portuguesa limitou-se a ver jogar e o Quénia disparou no marcador: com três ensaios e um pontapé de ressalto, os africanos conquistaram uma inimaginável vantagem de 41-10.

 

Um ensaio na parte final de André Aquino, ainda reduziu a desvantagem nacional para 26 pontos (41-15), insuficiente, porém, para apagar uma exibição para não esquecer e que Vasco Uva não merecia. O prestígio do râguebi português há muito tempo que não batia tão fundo.

 

XV de Portugal: 1-Jorge Segurado; 2-Miguel Vilaça; 3-Tony Martins; 4-Eric dos Santos; 5-David dos Reis; 6-Thibault Freitas; 7-Vasco Uva; 8-Gonçalo Uva; 9-Maxime Tonieta; 10-Yannick Ricardo; 11-Tomás Noronha; 12-Adrien Timoteo; 13-Manuel Pereira; 14-Tomás Appleton; 15-António Ferrador

 

Suplentes:  16-Duarte Diniz; 17-Francisco Domingues; 18-Anthony Alves; 19-Diogo Toorn; 20-Filipe Pereira; 21-André Aquino; 22-João Diogo Silva; 23-João Silva

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