Lesados do BES dizem que interessados no Novo Banco não devem acreditar no BdP

Mais de duas centenas de emigrantes portugueses manifestaram-se esta manhã, em frente a uma agência do banco em Paris.

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Associação de Lesados do GES têm realizado várias acções de protesto. Nuno Ferreira Santos

A associação dos lesados em papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), comprado aos balcões do BES, alertou este sábado os interessados na compra do Novo Banco para não acreditarem nas garantias do Banco de Portugal quando este defende que estarão livres dessa responsabilidade.

"Os compradores não devem acreditar no que diz o Banco de Portugal", disse à Lusa o presidente da AIEPC - Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), Ricardo Ângelo, defendendo que os compradores devem ouvir a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a comissão de inquérito e o relatório forense.

"Os compradores devem é acreditar na palavra dos clientes do banco, se é que os querem manter", disse, lembrando que os lesados do BES vão continuar a lutar para reaver o dinheiro que investiram em papel comercial do GES.

Na sexta-feira, numa nota publicada no seu portal, o Banco de Portugal reiterou que os interessados na compra do Novo Banco não têm responsabilidades sobre a dívida emitida pelo GES, que foi colocada aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).

Um dia antes, o Governo tinha anunciado, após a reunião do Conselho de Ministros, a intenção de reconduzir o governador Carlos Costa no Banco de Portugal.

"O governador inicia mal o seu [segundo] mandato, defendendo a banca e deixando para trás as pessoas. Parece que está a retribuir o favor do Governo na renovação do mandato", adiantou Ricardo Ângelo.

Mais de duas centenas de emigrantes portugueses vítimas do colapso do Banco Espírito Santo manifestaram-se esta manhã, em frente a uma agência do banco em Paris, para reclamar o reembolso das poupanças que investiram.

Se não forem ouvidos, os manifestantes prometem novo protesto em Lisboa, na Avenida da Liberdade, a 10 de Agosto, disse à Lusa a organizadora da concentração, Amélia Reis, de 57 anos, antiga ama dos sobrinhos de Ricardo Salgado e a viver em Paris desde 1976.

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