José Tengarrinha e André Freire nas primárias para deputados do Livre/Tempo de Avançar

No domingo, o partido apresenta a sua proposta de Agenda Inadiável.

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O cabeça de lista por Lisboa, Rui Tavares, não conseguiu ser eleito Daniel Rocha

O historiador José Tengarrinha, que foi deputado na Constituinte e em várias legislaturas, e o politólogo André Freire são dois dos candidatos a deputados nas primárias do Livre/Tempo de Avançar. Ao todo, candidataram-se 410 cidadãos num processo que terminou na quarta-feira à noite.

O líder do partido, Rui Tavares, sublinha a “enorme adesão” a este “processo novo de constituição de candidaturas” que “vai muito rapidamente influenciar o resto da política portuguesa”. Do conjunto de cidadãos que submeteram uma candidatura para concorrerem nos 22 círculos eleitorais, destaca-se o número de mulheres – 164 -, o que garantirá, segundo Tavares, a “paridade total” nas listas, ou seja, 50% no que respeita ao género.

Rui Tavares destaca a “diversidade geracional e de percursos” das candidaturas – ainda em fase de validação, mas que no final do processo deverão rondar as 400 -, notando que “há pessoas com grande experiência política e outras que se tinham afastado e que encontraram razões para voltar”. A votação, na qual os cidadãos ordenarão os candidatos que querem ver nos primeiros lugares da lista, será a 20 e 21 de Junho.

Além de Rui Tavares e da ex-parlamentar do BE Ana Drago, destacam-se a médica e antiga activista das Brigadas Revolucionárias Isabel do Carmo, o politólogo André Freire, o economista José Castro Caldas, os jornalistas José Vítor Malheiros e Jorge Wemans (ambos fundadores do PÚBLICO), o filho do candidato à Presidência da República, André Sampaio da Nóvoa, o ex-vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Nunes da Silva, o actor André Gago e a apresentadora Solange F.

Disponível no site, a lista inclui a candidatura do catedrático da Universidade de Lisboa e autor de uma vasta obra em História, José Tengarrinha. Fundador e presidente do partido MDP/CDE, foi, antes do 25 de Abril, impedido de exercer a profissão de jornalista, dirigente da oposição democrática à ditadura, tendo sido várias vezes preso pela PIDE.

No domingo, o Livre/Tempo de Avançar apresentará e aprovará a sua proposta de Agenda Inadiável: “É um segmento do programa eleitoral, é a parte inadiável, as medidas prioritárias do programa que será mais amplo”, explica Tavares que fará a apresentação em conjunto com Ana Drago, Eugénia Pires, José Reis e Renato Carmo.

A candidatura cidadã lança o desafio ao PS, PCP, BE e Partido Ecologista Os Verdes para uma mesa redonda que permita discutir e acordar medidas prioritárias para serem incluídas nos programas eleitorais. Num comunicado do Livre/Tempo de Avançar, pode ler-se que “as forças políticas que se têm oposto à austeridade” e que “estão dispostas a formar na Assembleia da República uma nova maioria não devem esperar pelo dia seguinte às eleições para criar entendimentos”: “Devem construir já acordos e incluí-los nos programas de candidatura.”

Trata-se, segundo Tavares, de perceber o que é “inadiável para o Livre/Tempo de Avançar e para os outros partidos”, de forma a garantir “uma maioria suficiente” em áreas como o desemprego, a precariedade e a corrupção. A questão da dívida e da precariedade são algumas das questões “inadiáveis” para o Livre/Tempo de Avançar.

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