Portugal sobe sete lugares em índice de competitividade

Níveis de educação e preços estão entre os pontos fortes da economia portuguesa.

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A educação e as competências da força de trabalho são factores positivos apontados Daniel Rocha

Melhorias no acesso ao crédito, no sistema de Justiça e no investimento ajudaram a Portugal a subir num índice de competitividade da escola de gestão IMD, na Suíça, que aponta, por outro lado, para quedas na investigação feita dentro das empresas e para a necessidade de reduzir a burocracia.

Portugal ficou em 36º lugar numa lista de 61 países no índice do International Institute for Management Development (IMD), sedeado em Lausanne. A classificação representa uma subida de sete lugares em relação a 2014, quando Portugal tinha ficado em 43.º. Em 2013, o país ficara na 46.ª posição. 

O relatório mede a capacidade dos países para fomentar a competitividade empresarial e analisa, através de dezenas de indicadores, o desempenho da economia, a eficiência dos governos e dos negócios, e a qualidade das infra-estruturas.

Comparado com os outros países, Portugal tem como pontos fortes a educação, a legislação e os preços (os três pontos onde está mais bem classificado). Pelo contrário, tem um mau desempenho no que respeita aos níveis de emprego, finanças públicas e práticas de gestão, três indicadores onde está próximo do fundo da tabela.

O investimento directo, tanto dentro do país como no estrangeiro, está entre os aspectos da economia onde o instituto encontrou melhorias em relação ao ano anterior, mas o relatório defende serem precisas melhorias neste aspecto. O documento aponta para a necessidade de reduzir a “burocracia que atrasa o investimento privado”, um objectivo que também já foi nomeado pelo Governo.

Da mesma forma, a justiça foi um indicador que registou melhorias, mas a “implementação de reformas no sistema de justiça” faz parte dos desafios elencados pelo IMD. Para além destes factores, o instituto indica ainda ser necessária a “manutenção da tendência de redução do défice público” e mais estabilidade fiscal. 

Entre os factores positivos citados estão também a evolução do PIB, o acesso ao crédito e a capacidade de atrair estudantes estrangeiros. Já a análise das opiniões de executivos ouvidos para o relatório deixa o Governo mal na fotografia. Os custos, a qualidade das infra-estruturas e as competências da força de trabalho são os aspectos positivos referidos com mais frequência (todos são apontados por mais de dois terços dos inquiridos). No final da lista, nomeados por menos de 5% destas pessoas, estão a “competência do Governo” e o “dinamismo da economia”.

O índice de competitividade é liderado pelos EUA, Hong Kong, Singapura, Suíça e Canadá. No outro extremo estão a Venezuela (que tem a pior classificação), Ucrânia e Argentina. No final do ano passado, uma tabela do Banco Mundial deu Portugal como o 25.º onde é mais fácil fazer negócios, numa lista encabeçada por Singapura.

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