Câmara do Porto quer ligar Parque de São Roque ao Monte Aventino

Maioria rejeitou recomendação da CDU para que fosse dada prioridade à reabilitação deste jardim da cidade.

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A CDU considera que o Parque de São Roque está abandonado Paulo Pimenta

O vereador do Urbanismo da Câmara do Porto revelou ontem que o seu gabinete tem estado a negociar com o detentor de uma área florestal situada entre o Jardim de São Roque e o complexo desportivo municipal do Monte Aventino, de modo a convencê-lo a abdicar de um loteamento previsto para o local.

Correia Fernandes explicou que a construção deste empreendimento impedirá uma ligação entre o parque e o complexo desportivo, o que levou o município a tentar uma permuta de terrenos com o proprietário, que ainda esta a ser negociada. Esta explicação surgiu durante a discussão, na reunião de Câmara, de uma recomendação da CDU propondo que fosse dada prioridade à reabilitação do jardim de São Roque, no qual se inclui a casa e o jardim da antiga Quinta da Lameira.

A maioria da Câmara do Porto rejeitou a proposta da CDU por ter em curso um plano de valorização daquele espaço, quer por via da estratégia de intervenções nos parques e jardins da cidade quer, também, o âmbito da criação de uma segunda área de Reabilitação Urbana em Campanhã, que dará origem a uma ORU (Operação de Reabilitação Urbana).

Os três vereadores do PSD abstiveram-se na votação desta moção. Andreia Júnior explicou que, para este partido, a maior preocupação é o estado de degradação do Palacete da Quinta da Lameira, também referido na moção comunista. Mas o imóvel vai ficar como está até que lhe seja encontrado um uso, pois, revelou Rui Moreira, um estudo feito ainda no mandato anterior aponta para a necessidade um investimento de 400 a 500 mil euros, só para obras de manutenção.

Para Pedro Carvalho, O Parque de S. Roque está abandonado, mas a sua localização, insistiu, "potencia a existência de um corredor verde com a Praça da Corujeira com o Complexo do Monte Aventino" . O autarca comunista considera que a valorização destes espaços verdes poderia ser mais uma alavanca para a dinamização e desenvolvimento da zona oriental da cidade mas, para o vereador do Urbanismo, um jardim como aquele não deve ter um uso demasiado intensivo, com ocupação de espaços com construções para eventos, por se tratar, assinalou, de um pulmão verde, numa cidade densa.  

Mesmo assim, o vereador com o pelouro do ambiente, Filipe Araújo, adiantou que, nas condições em que se encontra, em 2014 o parque de São Roque acolheu dez eventos para mais de três mil participantes, e o Centro de Educação Ambiental ali localizado recebeu, no ano lectivo anterior, 1.862 crianças de 37 estabelecimentos de ensino. A Câmara está ainda a ponderar reinstalar no jardim um parque infantil que foi desmantelado por falta de condições de segurança.

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