Pavilhão do Japão abandonado em Sintra recuperado para Centro Cultural Kobayashi

O pavilhão do Japão na Exposição Mundial de Lisboa, doado ao município de Sintra, foi inaugurado em Dezembro de 1999 no antigo campo de ténis do Parque da Liberdade.

A Câmara de Sintra aprovou nesta terça-feira a cedência do pavilhão do Japão, que se encontra abandonado no Parque da Liberdade, para a instalação de um centro cultural destinado a homenagear o mestre de judo Kiyoshi Kobayashi.

Segundo a proposta do presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), a recuperação do antigo pavilhão japonês da Expo98 contribuirá para criar um “polo adicional de interesse turístico e cultural na vila de Sintra” e “um fórum de reflexão e debate para o desenvolvimento das relações culturais e das práticas desportivas japonesas”.

O pavilhão do Japão na Exposição Mundial de Lisboa, doado ao município de Sintra, foi inaugurado em Dezembro de 1999, no antigo campo de ténis do Parque da Liberdade, na Volta do Duche, mas o “teatro virtual” funcionou apenas quatro anos.

O sistema de “visão mágica”, que recriava o primeiro encontro entre japoneses e portugueses, através de figuras estáticas e da projecção de hologramas, avariou e os elevados custos para a reparação ditaram o desmantelamento do equipamento em 2007.

O executivo municipal aprovou, por unanimidade, ceder o edifício que albergou o teatro virtual, o jardim anexo e uma arrecadação, por 20 anos, à Associação Centro Cultural Kobayashi, com o objectivo de “homenagear a memória do grande mestre de judo”, que viveu em Portugal mais de 50 anos e difundiu o judo, a arte e a cultura nipónica, salienta-se na proposta.

A associação compromete-se a recuperar o pavilhão, com um investimento estimado de 300 mil euros, para a instalação do Centro Cultural Kobayashi, mediante o pagamento ao município de uma renda mensal de 100 euros.

No protocolo, a que a Lusa teve acesso, está prevista a exploração de um restaurante e esplanada pela associação, que deverá concluir as obras ano e meio após a assinatura do contrato com a autarquia, que terá direito a utilizar gratuitamente os espaços cedidos duas vezes por ano, para “eventos de natureza cultural”.

A Associação Centro Cultural Kobayashi, com sede no Mucifal, freguesia de Colares, é uma associação particular sem fins lucrativos, que visa “a valorização do património cultural japonês em Portugal”, em colaboração com entidades e empresas japonesas e portuguesas com interesses nos dois países.

A autarquia ainda avaliou a reparação do sistema de “visão mágica”, mas um orçamento pedido pela Jetro-Organização Oficial do Comércio Externo do Japão, que doou o pavilhão ao município, à empresa japonesa que instalou o teatro, ascendia a 76 mil euros.

Uma empresa especializada portuguesa estimou uma primeira reparação em 15 mil euros (mais IVA), com manutenções anuais entre 36 mil e 100 mil euros, mas alertou que o “sistema informático de automação está há muito desactualizado”.

O “teatro virtual” exibido na Expo98, com duração de oito minutos, mostrava a maqueta de uma aldeia piscatória onde, segundo narrava o missionário jesuíta Luís Fróis, terá ocorrido o primeiro encontro entre o Japão e o Ocidente.

 

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