É bom ver perder

Foi um prazer ver três demissões seguidas de líderes partidários: Nick Clegg, Nigel Farage e Ed Miliband.

As eleições britânicas de 2015 foram as mais divertidas deste milénio. Foi um prazer ver três demissões seguidas de líderes partidários: Nick Clegg, Nigel Farage e Ed Miliband. O único líder partidário que não se demitiu foi o primeiro-ministro.

As demissões e as derrotas são sempre mais deliciosas do que as vitórias. Perdeu o irritante Ed Balls, que poderá ficar como supermarido de Yvette Cooper. Perdeu o insuportável George Galloway. Nigel Farage não conseguiu ser eleito para o Parlamento. Os populistas xenófobos do UKIP conseguiram quatro milhões de votos, mas só elegeram um deputado, um ex-conservador. Na Escócia só ficou um deputado trabalhista, um conservador e um democrata liberal. O resto foi varrido triunfalmente pelo SNP da brilhante Nicola Sturgeon. O resultado dos trabalhistas na Escócia foi mais baixo do que nas eleições de 1918.

Só que Nicola Sturgeon também perdeu com a vitória dos conservadores. Ela queria que os deputados nacionalistas escoceses influenciassem as decisões de um novo governo minoritário trabalhista.

Mas o maior perdedor foi Nick Clegg e os lib-dems. Clegg guardou o lugar graças à ajuda de eleitores tories, mas o partido dele só ficou com oito deputados, comparado com 57 em 2010.

No entanto, foi dele o melhor discurso, seguido pelo de David Cameron. Clegg lamentou a baixa estima em que é hoje tido o liberalismo e "a vitória do medo e do rancor". Cameron parecia Harold Macmillan, o último bom primeiro-ministro conservador.

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