Movimento quer menos lixo no chão durante a Queima de Coimbra

Depois da recolha de carrinhos de compras na Festa das Latas, a iniciativa tem como objectivo continuar a combater a poluição no rio Mondego.

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Adriano Miranda

Perante as toneladas de resíduos produzidos durante a semana da Queima das Fitas, o objectivo passa por sensibilizar os estudantes para os problemas ambientais. A campanha “A Coimbra chegou uma nova tradição… Não atirar lixo para o chão” surge na sequência de outra iniciada em 2014 (“Não Lixes o Mondego”) e parte do mesmo grupo de cidadãos.

Como os momentos que atraem maiores multidões da Queima das Fitas de Coimbra têm lugar à beira rio, o representante do movimento, Fernando Jorge Paiva, explica que a principal preocupação prende-se essencialmente com o Mondego. A Praça da Canção (o recinto onde se realizam os concertos) e o largo da Portagem (onde termina o tradicional cortejo) são os pontos nevrálgicos. Mesmo que haja empresas a recolher os resíduos, “ao atirarem lixo para o chão, basta haver vento que todo o plástico vai parar ao rio”, exemplifica.

Fernando Paiva acredita em recorrer a “acções de sensibilização” como parte da estratégia para consciencializar os estudantes a não deitar lixo para o chão, quer no recinto, quer durante o cortejo. Para tal, a iniciativa conta este ano com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra, com a Associação Académica, bem como com várias superfícies comerciais da cidade. Para além das “acções de sensibilização”, que consistem em cartazes afixados nos caixotes do lixo ao longo do percurso do cortejo, o representante refere ainda um acordo com a autarquia para que haja “estruturas identificadas” ao longo desse itinerário, o que se traduz no reforço dos pontos de recolha de resíduos.

A anterior iniciativa, “Não Lixes o Mondego”, tinha como objectivo evitar uma prática já comum dos estudantes. No final do cortejo da Festa das Latas, estes tinham por hábito atirar ao rio os carrinhos de compras (furtados a grandes superfícies comerciais nos dias que antecedem os festejos). Tendo anteriormente, com a ajuda de amigos, retirado 214 carrinhos das águas do Mondego, a campanha de 2014 pretendia impedir que, no final do cortejo, estas ficassem novamente pejadas de plástico e metal. No cortejo do início deste ano lectivo foram distribuídos folhetos a informar sobre a existência de “parques de estacionamento” para os carrinhos no largo da Portagem. A operação foi um sucesso e foram recolhidos entre 800 a 1000 carrinhos de compras, que depois foram devolvidos às superfícies comerciais.

Fernando Jorge Paiva reconhece que, ao contrário da recolha dos carrinhos, “é bem mais difícil” controlar a quantidade de lixo deitado ao chão, mas encara isso como “um desafio maior”. Para o futuro, “pouco a pouco”, Fernando Paiva aponta para um ideal de “zero lixo” atirado para o chão durante as festividades. Uma das ideias passa por “reunir com as seguradoras, com as cervejeiras, com os estudantes e com a câmara, para abolir os copos de plásticos e substituí-los por canecas” do mesmo material, com o ano da Queima e a côr do curso. Esta medida poderia evitar a “quantidade massiva de copos” utilizada todos os anos.

A Queima das Fitas de Coimbra começou na quinta-feira com a serenata monumental e as noites do parque decorrem até ao dia 15. Uma das novidades desta edição é a possibilidade da compra de bilhetes pontuais pela internet. Citada pela agência Lusa, a comissão organizadora conta que o número de entradas ultrapasse a marca dos 100 mil. O cortejo com os carros dos respectivos cursos realiza-se no domingo e, como é hábito, está previsto o corte de trânsito entre a Alta e a Baixa da cidade, em vias como a rua Alexandre Herculano, a praça da República ou a avenida Sá da Bandeira.

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