John Cameron Mitchell traz a sua festa Mattachine à ZDB

O realizador de Shortbus e Hedwig junta-se ao colectivo lisboeta Rabbit Hole no fim de tarde deste domingo. A partir das 18h, haverá DJ set, haverá jantar, haverá performances.

Foto
Paul Dawson, John Cameron Mitchell e PJ Deboy, os criadores das festas Mattamachine DR

O mais provável é que o encontro já estivesse destinado. Mattachine é o nome dado aos acontecimentos, vulgo festas, co-organizadas mensalmente pelo actor, realizador e argumentista John Cameron Mitchell (Shortbus, Hedwig –A Origem do Amor) no Julius, clube nova-iorquino tornado ícone gay pela longevidade e carga simbólica. Foi nele que, em 1966, se realizaram os primeiros protestos a favor dos direitos homossexuais promovidas pela Sociedade Mattachine, uma das primeiras associações americanas activas na luta contra a descriminação da comunidade gay.

Rabbit Hole, por sua vez, é um colectivo artístico lisboeta, com residência no DNA Lisboa, que organiza residências transdisciplinares para artistas de todo o mundo – e que tem criado os seus acontecimentos, vulgo festas, onde é celebrado seu activismo e espírito criativo. Rabbit Hole é o título original de um filme de 2010 de John Cameron Mitchell, protagonizado por Nicole Kidman e Aaron Eckhart e estreado em Portugal como O Outro Lado do Coração.

Este domingo, a partir das 18h, Mattachine e Rabbit Hole reúnem-se no terraço da Galeria Zé dos Bois (entrada a 3€). Haverá DJ set, com Mitchell também no comando dos pratos, com música variada: funk, disco, country ou hip hop. Haverá jantar e haverá, depois dele, performances da Rabbit Hole e de Mattachine, ou seja, de John Cameron Mitchell e dos seus colaborares Paul Dawson e PJ Deboy, estrelas de Shortbus.

John Cameron Mitchell, nascido no Texas em 1963, trabalha neste momento numa adaptação cinematográfica da comédia sci-fi How to Talk to Girls at Parties, de Neil Gaiman, com Nicole Kidman e Elle Fanning (estreia prevista para 2016). No próximo dia 7 de Junho será distinguido com um Tony Award, os Óscares da Broadway, pelo seu regresso aos palcos, este Janeiro, para recuperar o papel de Hedwig, o músico transexual em perseguição do ex-amante que se tornara estrela depois de o plagiar, que criara com Stephen Trask. Interpretara-o em palco pela última vez há 17 anos, antes de estrear em 2001 a sua adaptação ao cinema do musical rock que se tornou objecto de culto e inspiração para a comunidade homossexual espalhada mundo fora.

Sugerir correcção
Comentar